Abstract:Eu sei O tempo é o meu lugar O tempo é minha casa A casa é onde quero estarEu sei Vitor Ramil
IntroduçãoCom o intuito de investigar a ação do tempo e do espaço na literatura brasileira contemporânea, direcionamos o olhar ao romance Satolep, publicado em 2008 pelo escritor e compositor gaúcho Vitor Ramil. Nessa obra, a representação do cronos e do topos faz-se por um conjunto de imagens simbólicas e fotográfi cas, pela mistura do gênero com outras formas artísticas e pelas relações intrínsecas estabelecidas ent… Show more
“…Só, caminho pelas ruas/ Como quem repete um mantra/ O vento encharca os olhos/ O frio me traz alegria/ Faço um filme da cidade/ Sob a lente do meu olho verde/ Nada escapa da minha visão/ Muito antes das charqueadas/ Da invasão de Zeca Netto/ Eu existo em Satolep/ E nela serei pra sempre (RAMIL, Satolep, 1984). Existe um lugar -entre o centro e a periferia -onde esses corpos vão se encontrar em determinado momento, independentemente de gênero, raça ou classe social.…”
A paisagem da memória deste ensaio tem como tema a morte, mais especificamente a política de morte – necropolítica. A partir de camadas sobrepostas e independentes a escrita resgata a experiência da observação flutuante no cemitério Ecumênico São Francisco de Paula na cidade de Pelotas, no ano de 2017. Mas, é a partir de uma releitura contemporânea, associada a múltiplas e diversas fontes, como a poesia, a música e a filosofia que essa paisagem adquire outro formato, mais crítico e provocativo. A cidade dos mortos, embora pareça estática, nos revela em suas entranhas as dinâmicas de crueldade e desigualdade arbitrada pela cidade dos vivos.
“…Só, caminho pelas ruas/ Como quem repete um mantra/ O vento encharca os olhos/ O frio me traz alegria/ Faço um filme da cidade/ Sob a lente do meu olho verde/ Nada escapa da minha visão/ Muito antes das charqueadas/ Da invasão de Zeca Netto/ Eu existo em Satolep/ E nela serei pra sempre (RAMIL, Satolep, 1984). Existe um lugar -entre o centro e a periferia -onde esses corpos vão se encontrar em determinado momento, independentemente de gênero, raça ou classe social.…”
A paisagem da memória deste ensaio tem como tema a morte, mais especificamente a política de morte – necropolítica. A partir de camadas sobrepostas e independentes a escrita resgata a experiência da observação flutuante no cemitério Ecumênico São Francisco de Paula na cidade de Pelotas, no ano de 2017. Mas, é a partir de uma releitura contemporânea, associada a múltiplas e diversas fontes, como a poesia, a música e a filosofia que essa paisagem adquire outro formato, mais crítico e provocativo. A cidade dos mortos, embora pareça estática, nos revela em suas entranhas as dinâmicas de crueldade e desigualdade arbitrada pela cidade dos vivos.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.