Pedagogia Musical Aberta: por uma Educação Musical crítica, inclusiva e transformadora

Abstract

Ao concluir um trabalho desse porte, tenho a clareza de que, sozinha, jamais conseguiria chegar até aqui, pois as pessoas que colaboraram, em vários momentos e de várias formas, são muitas. Externalizo, inicialmente, meu eterno agradecimento aos meus pais, Oduvaldo e Saléth, que sempre torceram por mim mas que, infelizmente, não puderam acompanhar em vida o momento da finalização deste processo. Ao Adriano e às nossas filhas, também expresso meu amor incondicional. Às minhas irmãs e ao meu irmão, aos meus sogros, Júlia e Eduardo, agradeço pelo incentivo, pelo apoio e por estarem sempre presentes. Agradeço às professorasVerônica Mariano e Valéria Asnis e aos professores Jaime Cordeiro e Thiago Xavier de Abreu pela disponibilidade em participar da banca e pelos importantes comentários feitos sobre o meu trabalho. Foi um momento de grande aprendizado! Ao professor Thiago, agradeço pela generosidade e pela partilha nas discussões sobre Pedagogia Histórico Crítica e Educação Musical. Estendo meus agradecimentos aos amigos da Fundação das Artes de São Caetano do Sul, em especial à Cássia Bernardino, César Franco e Daniel Volpin, que me deram o suporte necessário nos momentos mais difíceis; às "doidas da USP", Ana Lúcia e Emillyn, e às amigas que a FEUSP me deu -Miriam, Kizz, Daniela, Cristiane e Andréa -pelos vários encontros, caronas, discussões e trocas; tudo isso só me fortaleceu! A Léo Borne, pela parceria que vai sendo fortalecida a cada conversa e à Ethel Batres e Micael Carvalho dos Santos, por terem, gentilmente, disponibilizado materiais relativos ao FLADEM. Aos professores da FEUSP, aos demais funcionários e aos colegas da Representação Discente: foi um grande prazer retornar aos bancos universitários e ter mais uma oportunidade de aprendizado. Viva a Universidade pública!! Não posso deixar de agradecer à professora Teca Brito, por ser uma grande referência em minha vida profissional e pelas contribuições na etapa de Qualificação. Seus escritos, suas práticas e suas reflexões sobre a Educação Musical para as crianças são essenciais para o meu pensar e meu fazer musical.Por fim, agradeço muito à professora e orientadora Karina Molina, pela solidariedade e pelos aprendizados ao longo do percurso, os quais me fizeram vislumbrar novos horizontes e me fortaleceram tanto como professora quanto como pesquisadora.

Educação musical inclusiva e formação de professores: contribuições da Pedagogia Histórico-Crítica

“…Essa perspectiva do materialismo histórico-dialético nos permite compreender que determinadas situações, tal como a exclusão das pessoas com deficiência ou a pobreza, por exemplo, não são naturais ou derivadas de condições metafísicas, mas sim algo construído historicamente, amparado em concepções que estruturam as ações práticas e cotidianas (SOARES, 2022).…”

“…Assim, a inclusão ou a escolarização de pessoas com deficiência, de acordo com os pressupostos da PHC, está sustentada nos mesmos princípios: é preciso colocá-las em contato com o saber sistematizado para promover o seu desenvolvimento, por meio da Educação escolar. Também é fundamental identificar as barreiras que impedem ou prejudicam esse desenvolvimento, pois se pressupõe que, historicamente, essas pessoas vêm sofrendo diversos tipos de opressão, sustentados por uma perspectiva biologizante (DUARTE, 2006;SOARES, 2022).…”

“…Assim, os desafios da formação docente se estendem para as questões voltadas para o ensino dos alunos da Educação Especial: é preciso discutir sobre as diferentes práticas, sobre as teorias que as sustentam, buscando ir além das questões superficiais, ou seja, é preciso dar um salto qualitativo para além das adaptações de materiais e/ou utilização de recursos específicos, usualmente entendidas como suficientes para atender a esse público. É essencial formar profissionais que sejam atentos à diversidade humana, que acolham as várias ideias de Música 15 e que tenham uma ação contextualizada, consciente, crítica e política (SOARES, 2016(SOARES, , 2022.…”

“…Nesse sentido, coloca-se como tarefa para as equipes escolares a identificação desse potencial, bem como a identificação das barreiras que devem ser superadas e dos ORFEU, Florianópolis, v. 8, n. 2, p.21 -32, jun. 2023. níveis de apoio necessários para que o desenvolvimento aconteça, na luta pela garantia dos direitos de todos (SOARES, 2016(SOARES, , 2022. Para as instituições de ensino superior, formadoras dos futuros professores, tal tarefa pode ser realizada por meio de discussões a partir das situações vivenciadas nos estágios, por exemplo, alinhando teoria e prática.…”

“…Diante de uma análise materialista, histórica e dialética, é importante trazer para a discussão o fato de que nossas ações atuais estão relacionadas ao histórico de preconceito e de exclusão observado por muito tempo, pois sabemos que as pessoas que apresentavam condições diferenciadas do que foi estabelecido como padrão eram vistas como inferiores e incapazes. Também cabe comentar que muitas pessoas foram consideradas como aberrações, sendo afastadas do convívio social, o que gerou medos e inseguranças entre as demais pessoas (GOULD, 2014;SOARES, 2022).…”