O presente trabalho tem por objetivo compreender a dinâmica de difusão da COVID-19 na rede urbana da Região Geográfica Imediata de Açailândia (RGIA), Maranhão, Brasil. O período de análise compreende o primeiro ano da pandemia, a ser contado a partir do primeiro caso registrado no Maranhão (de 20 de março de 2020 a 20 de março de 2021). Trata-se de uma análise espacial mais empírica, ancorada na sistematização de dados quantitativos secundários e públicos, seguida de exame qualitativo. A análise considera a distribuição de especialidades médicas e equipamentos médico-hospitalares na região geográfica como elemento impulsionador de circulações em busca de atendimento pelo paciente com COVID-19 na rede urbana, entre os centros. São utilizadas três principais bases de dados para a pesquisa: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão e Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados sugerem que a rarefeita e concentrada oferta de serviços de saúde entre os municípios que compõem a região impulsiona fluxos de transeuntes em busca de atendimento e que, em certa medida, reproduzem os padrões de hierarquia da rede urbana-regional, promovendo ampliação da área de contágio, imprecisões quanto à origem de contágio e concentração de óbitos no principal centro regional.