Participação política: uma revisão dos modelos de classificação

Abstract

Considerando o intenso debate teórico e metodológico existente na Sociologia Política sobre participação, nosso objetivo será realizar um mapeamento da literatura internacional sobre as diferentes propostas de tipologias classificatórias das modalidades de participação política. O artigo destaca que os desdobramentos de tal debate são de fundamental importância para o aperfeiçoamento da capacidade analítica da disciplina em perceber as transformações no universo da participação. Finaliza com um conjunto de proposições em termos de caminhos metodológicos para o avanço nas pesquisas da área.<br>In the face of the intense ongoing theoretical and methodological debate about political participation within Political Sociology, our purpose is to map the international literature that deal with proposals of classificatory typologies to be applied on the modalities of political participation. The outcomes of the debate are of paramount importance for the discipline to strengthen its analytical capability to grasp the transformations occurring in the universe of participation. The paper ends with a set of methodological proposals for the advancement of research studies in the field

Corruption and Political Participation in the Americas and the Caribbean

“…There are, for example, several views about the environment in which the phenomenon and its dimensionality, beyond the repertoire of participatory activities, develop. In Brady (1999), Borba (2012) and Bonifácio (2014), some of the principal studies that deal with these issues are approached and the last author emphasizes that the unique consensual point among them is the consideration that participation is a behavior, an action, and not an attitude, which is something imbued with subjective character.…”

Participação Política Nas Redes Sociais: Um Estudo Entre Jovens Universitários

“…A partir dos anos 1960, assiste-se, segundo Borba (2012), a uma ampliação expressiva do que poderíamos chamar de repertórios políticos: protestos, boicotes, ocupação dos espaços públicos e greves são, de algum modo, incorporados ao conceito de participação até então restrita às modalidades eleitorais. A importância do reconhecimento das diversas modalidades de protesto nos estudos sobre participação ocorria, principalmente, porque até a década de 60 as mobilizações em massa eram associadas à instabilidade dos países em subdesenvolvimento (BORBA, 2012).…”

“…A importância do reconhecimento das diversas modalidades de protesto nos estudos sobre participação ocorria, principalmente, porque até a década de 60 as mobilizações em massa eram associadas à instabilidade dos países em subdesenvolvimento (BORBA, 2012). Borba (2012) mostra que um dos primeiros esforços empíricos de classificar comparativamente as modalidades de participação política foi desenvolvido por pesquisadores norte-americanos na década de 1970 ao proporem que tal participação estava estruturada em quatro tipificações convencionais: voto, atividade de campanha, con tato político e atividade cooperativa. Já em 1979, o projeto Political Action 4 apresentou uma nova forma de classificação, incluindo as modalidades convencionais e não convencionais que, desde então, passaram a fazer parte dos estudos sobre o tema.…”

“…Nas modalidades não convencionais, estariam os atos de protesto (fazer abaixo-assinado, manifestações legais e boicotes, recusar-se a pagar aluguel ou impostos, ocupar edifícios ou fábricas, realizar bloqueio do tráfego e ocupação das ruas, fazer greves etc.). Borba (2012), porém, recorre a autores como Van Deth, Dalton e Sickle e Weldon para indicar que, embora o Political Action tenha sido um grande avanço nos estudos da política, a distinção entre participação convencional e não convencional trazida pelo projeto já não faz mais sentido na realidade do século XXI, uma vez que a maioria dos atos não convencionais do contexto dos anos 70 se convencionalizou nas atuais democracias (BORBA, 2012).…”

Impacto da conglomeração na estimação do coeficiente H da Escala de Mokken

“…Apesar de pouco divulgada no Brasil, alguns estudos empregaram a Escala de Mokken para a mensuração de construtos como: participação política (BORBA, 2012), ansiedade em matemática (CHAGAS et al, 2012), autocuidado de idosos (ANDRADE et al, 2011), hábitos de sedentarismo e atividade física (ABBES et al, 2011), prática pedagógica (ORTIGÃO, 2011), capital econômico (BONAMINO et al, 2010;PITOMBEIRA, 2003) (FRANCO et al, 2007), dentre outros. Além disso, esse procedimento de construção de escalas de Mokken pode ser usado também para avaliar o aspecto da dimensionalidade de um conjunto de itens (SHANSIS et al, 2004;SIJTSMA;MOLENNAR, 2002).…”