“…É a ideologia que fornece as evidências pelas quais "todo mundo sabe" o que é um soldado, um operário, um patrão, uma fábrica, uma greve etc., evidências que fazem com que uma palavra ou enunciado, "queiram dizer o que realmente dizem" e que mascaram, assim, sob a "transparência da linguagem", aquilo que chamamos o caráter material do sentido das palavras e dos enunciados. (Pêcheux, 1975(Pêcheux, /2009 O Outro do capitalismo apresenta-se numa não substancialidade: não há mais um Deus ou um Rei que demarca esse lugar, ocupado atualmente pela "mão invisível" do Mercado (Sarti, 2011). Através do universalismo engendrado pelas relações jurídicas ergue-se uma barreira política invisível, que se entrelaça com as fronteiras econômicas visíveis (Pêcheux, 1982(Pêcheux, /2010) e próprias do modo de produção capitalista, calcado em noções como a de igualdade, mas igualmente dependente de relações de produção que são fundamentalmente relações de exploração.…”