Papel da imagem na indicação da eletroporação irreversível no manejo terapêutico do adenocarcinoma de pâncreas

Abstract

Resumo O adenocarcinoma ductal de pâncreas é uma das neoplasias malignas mais agressivas, com taxas de sobrevivência anuais inferiores a 20%. Os métodos axiais (tomografia computadorizada e ressonância magnética) têm papel fundamental no diagnóstico e estadiamento da doença, por fornecerem adequada resolução anatômica na avaliação de estruturas-chave, principalmente vasculares. O adenocarcinoma ductal de pâncreas é frequentemente descoberto em estágios avançados e sem viabilidade de ressecção cirúrgica, e nesse cenário o desenvolvimento de alternativas terapêuticas minimamente invasivas tem sido ainda mais importante para a mudança de sua história natural. A eletroporação irreversível, procedimento intervencionista que minimiza efeitos deletérios nos tecidos adjacentes, vem se destacando no tratamento de lesões tradicionalmente consideradas irressecáveis. Essa técnica, apesar de ganhar cada vez mais espaço no manejo terapêutico do adenocarcinoma ductal de pâncreas, ainda é pouco familiar aos radiologistas. Neste estudo, buscamos expor, de forma sucinta e didática, os fundamentos da técnica, as principais características de imagem e os critérios de elegibilidade que devem ser considerados para indicação da eletroporação irreversível nessa doença.

A eletroporação irreversível como alternativa no tratamento do Câncer de Próstata

“…Uma limitação para o uso amplo da eletroporação na prática médica é a baixa disponibilidade de equipamentos capazes de realizar o procedimento, uma vez que apenas um fabricante produz tal equipamento, o Nanoknife®System (AngioDynamics) (14).…”

Critérios De Ressecabilidade Pancreática Para O Tratamento De Câncer: Uma Revisão Integrativa

“…O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP), originário no tecido glandular, representa 95% dos tumores pancreáticos malignos, sendo a terceira causa de mortes por neoplasias nos países ocidentais. Responsável por uma das neoplasias malignas de pior prognóstico, a taxa de sobrevida é em torno de 4% em cinco anos, em decorrência, principalmente, do início indolente da doença, cuja maioria dos pacientes são assintomáticos ou apresentam sintomas inespecíficos até o tumor se tornar volumoso e palpável ao exame físico (SILVA et al, 2023).…”

“…Nesse contexto, a pancreatectomia se apresenta como a única forma de tratamento com potencial curativo para o ADP e a ressecção das margens e o status dos linfonodos são preditores importantes de sobrevida após a cirurgia (ASHOURI et el., 2022). Contudo, apenas 20% dos ADPs são aptos para a ressecção haja vista ser um tumor frequentemente descoberto em estágios avançados e sem viabilidade de ressecção cirúrgica (SILVA et al, 2023). Pacientes com tumor localizado na cabeça do pâncreas, a pancreatoduodenectomia (PD) está associada a excelente sobrevida global, embora possa haver recidivas (TORRES et al, 2019).…”