“…Trevisan (2011) afirma serem os manuais pedagógicos importantes fontes para o estudo do saber docente, uma vez que apresentam "aos futuros professores" o que é "necessário saber, conhecer, fazer para ser um bom professor, inclusive quais eram as virtudes e hábitos necessários para ser professor" (p. 204). Os manuais pedagógicos também são reconhecidos como formas de construção e difusão de saberes (Silva, 2005), como vetores e meios de produção e divulgação desses saberes (Villela, 2002), que difundem maneiras de transmitir informações e ideias transformadoras (Valdemarin & Silva, 2013). Os manuais de Pedagogia representam instrumentos de profissionalização do professor, pois normatizam saberes para a profissão (Roullet, 2001) e podem ser também considerados como prolongamentos e aprofundamentos transmitidos pelos formadores (Ubrich, 2011, p. 205 A respeito dessas educações, Araújo (2015) conclui que a teleologia católica mobiliza uma concepção antropológica, ética e política, que é inerente à concepção de educação, uma vez que, exceto em relação à educação física, todas as outras quatro apresentam referências explícitas às virtudes cristãs (educação moral); ao papel da religião como contrapeso à imaginação (educação intelectual); ao papel do cristão na terra, à recomendação de se conhecer a história sagrada, em tornar o menino um adorador de Deus ou a elevar sua alma a Deus (educação religiosa); os sete preceitos relativos à educação nacional acabam por legitimar o poder político do Império brasileiro, uma vez que a religião católica era oficial no Império.…”