Paciente acometido por Angina de Ludwig com grave progressão reabilitado com próteses dentárias: relato de caso

Abstract

O objetivo deste trabalho é relatar e discutir um caso clínico de um paciente acometido por Angina de Ludwig que evoluiu gravemente para mediastinite. O paciente compareceu inicialmente ao Pronto Socorro do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina e após diagnóstico de Angina de Ludwig foi internado e tratado de forma emergencial. O tratamento foi multiprofisssional e constituiu-se em abordagem cirúrgica para descompressão dos tecidos, administração de antimicrobianos e remoção da causa da infecção. Mesmo após a primeira abordagem cirúrgica, o paciente evoluiu gravemente e houve a necessidade de reabordagem da região cervical e torácica. O paciente necessitou de um mês de internação hospitalar até que o quadro infeccioso fosse estabilizado. Após o incidente, o paciente se apresentava com baixa autoestima e com sua relação interpessoal afetada. Desta forma, foi encaminhado para a Clínica Odontológica Universitária da Universidade Estadual de Londrina onde foi reabilitado com prótese total superior e prótese parcial removível inferior a fim de devolver grande parte da função mastigatória, estética e, consequentemente, qualidade de vida.Descritores: Angina de Ludwig; Infecção; Prótese Dentária; Saúde Bucal.ReferênciasJiménez Y, Bagán JV, Murillo J, Poveda R. Odontogenic infections. Complications. Systemic manifestations. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. 2004;9(Suppl):139-43.Lugo AFG, Ravago MGC, Martinez RAG, Peltrini RJZ. Ludwig’s angina: A report of two cases. Rev Esp Cir Oral Maxilofac. 2014;36(4):177-81.Umeda M, Minamikawa T, Komatsubara H, Shibuya Y, Yokoo S, Komori T. Necrotizing fasciitis caused by dental infection: a retrospective analysis of 9 cases and a review of the literature. 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Condutas clínicas no diagnóstico e tratamento das infecções odontogênicas: revisão integrativa da literatura

“…No que se refere aos exames complementares, Sandoval et al, (2017), Pacheco & Khouri (2018), Shemesh et al, (2018), Silva et al, (2018), Hassam et al, (2019), Leite et al, (2019), Barbosa et al, (2020), Bridwell et al, (2020), Mendes et al, (2020), Mota et al, (2020), Oliveira et al, (2020), Pardal-Peláez et al, (2020, Rocha et al, (2020), Valle et al, (2020) e Rios et al, (2021, relataram a utilização da tomografia computadorizada para definição do diagnóstico. Já nos trabalhos desenvolvidos por Rocha et al, (2020), Zakaria et al, (2020 e Vasconcelos et al, (2021), foram solicitados exames laboratoriais juntamente com exames de imagem.…”

“…É evidente que não existe consenso literário absoluto acerca do antibiótico de eleição para o tratamento de infecções odontogênicas, contudo a maioria dos autores incluídos nesse estudo, com exceção de Oliveira et al, (2020), utilizaram a antibioticoterapia como parte do tratamento estabelecido. Os antibióticos de largo espectro como a amoxicilina, clindamicina, ceftriaxona e metronidazol, inibidores da síntese da parede celular, de proteínas e do DNA, respectivamente, foram os mais utilizados, além de opioides para conter a dor, como o tramadol e a morfina que foram prescritos em Leite et al, (2019). Faverani et al, (2020) e Vasconcelos et al, (2021), que relataram além desses fármacos o uso do Digluconato de Clorexidina, antisséptico químico, a 0,12% como parte do tratamento, com o objetivo de melhor higienização da cavidade bucal.…”

“…Alguns procedimentos cirúrgicos de maior complexidade, como cervicotomia, sialolitotomia, traqueostomia, toracotomia exploradora e pericardiostomia foram necessários a serem realizados, como nos casos de Shemesh et al, (2018), Silva et al, (2018), Flanders et al, (2019, Bridwell et al, (2020), Mota et al, (2020) e Pardal-Peláez et al, (2020. Já as exodontias foram realizadas em Fernandes et al, (2016) Sandoval et al, (2017), Hassan et al, (2019), Leite et al, (2019), Barbosa et al, (2020), Faverani et al, (2020, Mendes et al, (2020), Oliveira et al, (2020) e Aziz et al, (2020), com o intuito de interromper a infecção odontogênica, obtendo um excelente prognóstico de tratamento.…”

Aspectos Relevantes Da Angina De Ludwig Na Prática Clínica Odontológica

“…O tratamento da Angina de Ludwig inclui manutenção e proteção das vias aéreas por meio de observação e monitorização do paciente, como também a entubação orotraqueal, entubação nasotraqueal ou traqueostomia, exploração cirúrgica para drenagem do pus presente e descompressão tecidual, administração adequada de antibacterianos, e quando necessário suporte do estado imunológico além de remoção do patógeno (Leite et. al., 2019).…”

“…Uma vez que as vias aéreas se apresentam comprometidas o manejo adequado é priorizar o gerenciamento das mesmas, além de drenagem no tratamento cirúrgico, a eliminação imediata da causa da infecção, na qual muitas vezes ocorre a necessidade de extrair um ou mais dentes, a antibioticoterapia rápida agressiva, o controle metabólico e quando necessário o paciente é intubado (Guimarães et. al., 2022;Leite et al, 2019).…”