Os Sentidos Do Cuidado No Parto: Um Estudo Intergeracional

Abstract

Esta pesquisa de abordagem qualitativa teve por objetivo estudar os sentidos atribuídos ao cuidado no parto e analisar como as diferentes práticas de cuidado em Obstetrícia estão presentes no discurso de mulheres de diferentes gerações de uma mesma família. Foram realizadas entrevistas abertas que se desenvolveram como conversas o que tornou possível o compartilhar de histórias e sentidos. A análise privilegiou os mapas dialógicos, e possibilitou visualizar os sentidos que as mulheres atribuíram às diferentes práticas de cuidado que receberam e os efeitos destas práticas na experiência de cada uma. A análise das entrevistas possibilitou identificar duas categorias: Os sentidos do cuidado durante o parto e Os sentidos atribuídos à vivência da dor do parto. Os resultados mostram o compartilhar de repertórios, diferentes tipos de assistência ao parto e de contexto nas vivências, e seus efeitos nos significados atribuídos.

O acompanhante no trabalho de parto sob a perspectiva da puérpera

“…A presença do companheiro/acompanhante desde a gravidez é importante, visto que a criação do vínculo pais-filhos e a rede de intercomunicação familiar começa a se desenvolver nesta fase, uma vez que a gravidez deve ser observada como uma situação que envolve não apenas a mulher, mas também seu companheiro e o meio social imediato. 21 Percebe-se que a participação dos familiares e/ou outras pessoas escolhidas pela mulher podem ser inseridas no contexto da gestação desde a primeira consulta pré-natal, pois o parto deve ser reconhecido como um evento familiar e social relevante e não como uma responsabilidade individual da mulher. Sendo que, durante a parturição, o acompanhante empodera a parturiente e favorece seu sentimento de segurança e apoio, além de auxiliar nos seus cuidados, que contribuirão para seu restabelecimento físicoemocional.…”

“No final compensa ver o rostinho dele”: vivências de mulheres-primíparas no parto normal

“…They see themselves surrendering their bodies, their lives and their babies to the hands of the professionals, who are not always imbued with the meanings of each moment they experience during childbirth. Moreover, their lack of knowledge of the procedures and the fact that they are unaware they can demand better care places these women in the position of mere recipients of this care (20) . Dialogue and interpersonal relationships between the mothers and health professionals become minimal requirements that offer a positive experience of the parturitive process and should therefore be given greater priority (10) .…”

“…Hospitalisation does not always result in effective care, and neglect, disrespect and abuse (20) can be frequent. The presence of professionals who are concerned with the well-being of the mother, companion and family can and should be commonplace.…”

“…They should also recognize the cultural and individual differences of each patient in order to reduce the tension and make the experience more positive (20) . In their statements, care was considered positive because the baby was born healthy.…”

Concepção De Gestantes Sobre O Parto Cesariano

“…Partindo dessa premissa, a história da obstetrícia passou por modificações de acordo com as características e disposições da sociedade de cada época. O parto na antiguidade era assistido por parteiras e feiticeiras baseado em crendices e sem cientificismo; dessa maneira, o cuidado obstétrico ocorria no contexto domiciliar sendo realizado por mulheres da família, amigas e vizinhas (2) . Esse processo natural, privativo e familiar, passou ao longo dos anos a ser vivenciado em instituições públicas e privadas de saúde.…”