Os efeitos psicológicos do distanciamento social causado pelo novo Coronavírus em estudantes universitários

Abstract

As medidas de distanciamento social implementadas para frear a propagação do novo coronavirus podem ter um resultado desastroso e desencadear efeitos psicológicos negativos. Os estudantes universitários parecem estar sendo particularmente impactados pelas restrições decorrentes do COVID-19. Nesse cenário, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos psicológicos do distanciamento social decorrente do COVID-19 em estudantes de graduação. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada a partir da busca de artigos científicos nas bases de dados PubMed, Scielo e Science Direct, publicados no período de 2020 e 2021, usando os descritores “Coronavirus”, “Covid-19”, “Social Isolation”, “Mental Health” e “Students”. Os resultados sugerem que estudantes universitários já apresentam tendência a desenvolverem transtornos psiquiátricos e que o surto de COVID-19 acentuou ainda mais o sofrimento mental nesta população, indicando que o distanciamento social decorrente da pandemia atual pode ter forte influência sobre a saúde psicológica e que mulheres e pessoas mais jovens têm risco aumentado para o desenvolvimento de transtornos. No entanto, não é possível concluir que, por si só, o distanciamento social seja capaz de induzir ao sofrimento psíquico, denotando a necessidade de maiores estudos que considerem este aspecto.

Efeitos psicológicos em acadêmicas brasileiras em meio às mudanças no ensino causadas pela Pandemia da COVID-19

“…Levando em consideração que o corpo discente das universidades é um dos grupos mais suscetíveis ao desenvolvimento de transtornos psiquiátricos (Carvalho & Sousa, 2021), faz-se necessário abranger a discussão acerca da temática apresentada.…”

“…Adicionalmente, o afastamento natural entre os colegas de turma agravou essa cobrança, tanto pelo discente não ter com quem compartilhar suas angústias, quanto pela sensação de não estar aproveitando o meio acadêmico pela ausência da interação social, fato que aumenta os níveis de ansiedade, e comprova a importância de manter vínculos afetivos e sociais significativos durante momentos de confinamento, havendo severos resultados psicológicos com essa ausência (Carvalho & Sousa, 2021).…”

“…Com isso, a alteração da rotina, o distanciamento de pares, o atraso no andamento do curso, a interrupção de aulas práticas e estágios extracurriculares, a dificuldade de acesso e o obstáculo de se adaptar e encontrar uma nova maneira de estudo geraram ainda mais cobranças internas e externas nos universitários, o que pode causar desconforto emocional e intenso sofrimento psíquico, contribuindo com o aumento da ansiedade, do estresse e da depressão, além das mudanças comportamentais, como dificuldade para dormir e alterações alimentares (Carvalho & Sousa, 2021;Gundim et al, 2020;Silva & Rosa, 2021).…”

Incidência de casos de suicídio durante o distanciamento social

“…Diante a situação da pandemia COVID-19, onde a população não está familiarizada com o vírus e a evolução da doença, aumentam os sentimentos de angustia e ansiedade mesmo em pessoas sem grande risco de adoecer, e o receio de ser infectado, infectar pessoas próximas, e até mesmo da morte, geram desespero podendo causar aumento nas taxas de suicídio, por parecer ser a solução frente a esse turbilhão de sentimentos (Carvalho & Sousa, 2021).…”