“…A quantidade de trabalhos apresentados nos últimos três anos no Grupo de Trabalho 7 -GT 7 (Educação da criança de 0 a 6 anos), da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação -ANPEd expressa o crescente interesse em apreender o ponto de vista das crianças: pelo menos oito publicações reforçam a ideia de criança como ator social na Educação Infantil, destacando que no contexto das práticas pedagógicas desenvolvidas em creches e pré-escolas é importante analisar não apenas o que os professores "fazem com as crianças, mas também o que estas fazem com o que se faz com elas" (MONTANDON, 2005, p. 485). São elas: Neves (2011), que, a partir da escuta de um grupo de 21 crianças entre quatro e cinco anos e seis meses de idade, investigou a construção da cultura de pares no contexto da educação infantil; Ramos (2011), que investigou como as relações sociais entre os bebês e a professora de turmas de berçário podem contribuir para a organização de práticas educativas coerentes com os interesses, necessidades e motivações das crianças; Buss-Simão (2012), que investigou as relações sociais de gênero em um grupo de 15 crianças com idade entre dois e três anos; Correa e Bucci (2012), que analisaram o impacto da implantação do ensino fundamental de nove anos sobre a organização do trabalho pedagógico tanto nesta etapa quanto na pré-escola focalizando a perspectiva das crianças no último ano da Educação Infantil e no primeiro ano do ensino fundamental; Ramos (2012), que em pesquisa realizada com 31 crianças entre oito e dezesseis meses, em turmas de berçário, também confirmou que os bebês "possuem recursos sociocomunicativos para demonstrar suas intenções, interesses e necessidades, partilhando significados através dos meios funcionais de que dispõem, mesmo na ausência da fala articulada" (p. 01); Castro (2013), que fez uma investigação com 13 crianças de sete meses a um ano e seis meses de idade sobre o modo como elas constituem a linguagem em um espaço coletivo de Educação Infantil; Silva (2013), que estudou as experiências de crianças de três a cinco anos de idade com a linguagem das histórias em quadrinhos; e Reis (2013), que analisou, a partir da ótica de crianças de dois anos de idade, como elas vivenciam sua inserção em uma instituição de Educação Infantil.…”