<p>Este artigo trata de duas práticas culturais afro-brasileiras
perseguidas no contexto pós-abolição: a capoeira e o boi-bumbá. Elas foram
os principais instrumentos de mobilização e luta de indivíduos e
coletividades negras frente ao processo de embranquecimento físico e
cultural no Norte do Brasil. A primeira em sua dimensão de defesa corporal
negra. A segunda como elemento que articulava saberes, identidades e
ludicidade afro em espaços públicos. Através delas, homens e mulheres negros
se faziam presentes nas ruas e praças através de práticas culturais que
afirmavam identidades ancestrais. Ao mesmo tempo, causavam desconforto a uma
sociedade que queria ser reconhecida como herdeira direta do mundo
ocidental.</p><p> </p><strong>Palavras-chave</strong>:
Abolição; Capoeira; Boi-bumbá; Pará