Olhares e perspectivas que fabricam a diversidade do passado e do presente: por uma arqueologia etnográfica das bacias dos rios Trombetas e Nhamundá

Abstract

O artigo discute as possibilidades de colaboração entre etnologia e arqueologia, a partir de uma análise dos processos de formação, concentração e dispersão dos grupos indígenas do complexo cultural Tarumã-Parukoto (que hoje ocupam a região de fronteira entre Brasil, Guiana e Suriname). Nesta região da Amazônia e alhures, dificilmente podemos delimitar onde começa e termina as fronteiras de um grupo social ou étnico e, dessa forma, torna-se quase impossível fazer coincidir precisamente um determinado grupo étnico a um determinado território. Não passado e no presente, as fronteiras fluidas dos grupos, móveis no espaço e no tempo, revelam-se um desafio ainda maior para a perspectiva de trabalho em conjunto entre etnologia e arqueologia.

Tramas da tecnologia: etnoarqueologia da variabilidade dos trançados dos povos do Mapuera

“…Os históricos movimentos de fusão e fissão entre os povos do Mapuera foram pensados por Caixeta de Queiroz (2014; enquanto movimento pendular que nunca se completa.…”

“…A trajetória conhecida, inserida no âmbito das "redes de relações das guianas" (GALLOIS, 2005), apresenta momentos de dispersão e concentração, num movimento pendular (cf. CAIXETA DE QUEIROZ, 2014;, um tanto quanto paradoxal (cf. GRUPIONI, 2009a), que inexoravelmente levou, e ainda leva, a mudanças sociais e materiais.…”