Este artigo tem como objeto o artesanato Kinikinau. Objetiva analisar a comercialização dos artefatos produzidos por essa etnia, restrita espacialmente à cidade ecoturística de Bonito, Mato Grosso do Sul. A etnia Kinikinau foi considerada "extinta" por mais de meio século. Ressurgida, busca reconhecimento e utiliza o artesanato como instrumento para dar visibilidade à sua "vontade de diferença", daí a relevância do objeto. O Levantamento de dados empíricos foi realizado por meio de visitas a postos de troca da cidade de Bonito e à aldeia São João, Reserva indígena Kadiwéu, em Porto Murtinho, bem como de coleta de registros fotográficos das peças artesanais expostas para venda e entrevistas semiestruturadas com comerciantes e artesãos, além de fontes secundárias que tratam da produção e comercialização do artesanato de outras etnias. Os resultados descrevem como se dá o escoamento do artesanato Kinikinau no mercado criado pelo ecoturismo, revelando as limitações que incidem nesse processo.