A desnutrição é um distúrbio onde as necessidades nutricionais entram em desequilíbrio devido à baixa ou elevada ingestão de nutrientes essenciais, podendo ocasionar ausência, excesso ou desequilíbrio nutricional, resultando em déficit energético, proteico ou de micronutrientes. A primeira infância caracteriza-se por uma fase de intenso desenvolvimento e crescimento, especialmente nos primeiros dois anos de vida. As implicações da desnutrição no crescimento resultam em impactos na morbidade e mortalidade infantil, redução do desempenho educacional, menor produtividade na vida adulta e transferência de pobreza para as futuras gerações. Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo ecológico, transversal, retrospectivo, descritivo e quantitativo do perfil epidemiológico de desnutrição e deficiências nutricionais na infância. As informações provêm do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através da plataforma de informações de saúde TABNET. Entre os anos de 2021 a 2023 foram notificados 10.486 casos de internação de pacientes infantis menores de cinco anos de idade com desnutrição no Brasil. A prevalência das internações no cenário nacional ocorreu nas regiões nordeste e sudeste, representando respectivamente 39,3% (n=4.123) e 23,8% (n=2.504) dos casos. No que tange os números de óbitos por desnutrição infantil, verifica-se que o estado da Bahia concentra a maior quantidade de mortes com 34,4% (n=31), em seguida o estado do Maranhão e Sergipe, com 24,4%(n=22) e 12,2% (n=11), respectivamente. Observou-se que a desnutrição infantil apresentou uma tendência crescente nos últimos anos em todas as regiões brasileiras, especialmente na região Nordeste, permanecendo como um grave problema de saúde pública. Apontou-se que os óbitos por desnutrição e outras deficiências nutricionais em crianças menores de cinco anos de idade no Nordeste ocorrem principalmente nos estados da Bahia e do Maranhão, sinalizando a necessidade de intensificação de medidas para a sua redução.