Os aspectos maléficos da escravidão e seus derivados geraram efeitos danosos às populações africanas e afrodescendentes, sendo considerado o maior crime que a colonização cometeu contra a humanidade. Apagaram do imaginário social de muitas gerações que passaram pela escola, os repertórios culturais de matriz afro e as africanidades nas suas mais diversas expressões e manifestações. O apagamento e a negação da ancestralidade na escola foram piores às religiões de base africanas. A exemplo dessa informação, temos as casas religiosas de Umbanda e Candomblé, marcadas por preconceitos e discriminações, sofrendo na sua plena dimensão cultural, o direito de se constituírem como religião. Nesse entendimento, os caminhos que nos conduziram até essa escrita têm a ver, notadamente, com os efeitos coloniais da supremacia branca que funciona pela eliminação da cultura africana e dos seus descendentes na diáspora negra, atrocidades cometidas na história do racismo religioso em que os umbandistas e candomblecistas são atacados por causa das suas religiões. Vivenciando e experimentando as dores e mazelas desses ataques racistas, procuramos, através deste artigo, não permitir que a escola incumba os mesmos erros do passado com outras gerações. Nesse sentido ressaltamos a importância deste artigo, para ampliar o trabalho coletivo na superação dos conflitos étnico-raciais e combater o racismo religioso dentro e fora do âmbito escolar, evidenciando principalmente a valorização das expressões e singularidades marcadas na história do povo de terreiro em toda a sua diversidade cultural, admitindo que cada escola, em especial as públicas, tem esse patrimônio cultural -ancestral fincado nos territórios escolares.