RESUMO : Este estudo teve por objetivo analisar as categorias de gênero. a partir de periódicos sobre estudo de gênero na enfermagem brasileira. Usando uma abordagem exploratória , analisamos os artigos na area, publicados em dez periódicos nacionais de enfermagem, no período de 1955 a 1997/1 . Com base na analise dos discursos. as categorias centrais para as quais convergiram as atenções das/os autoras/es foram: gênero e determinantes históricos e sociais no desenvolvimento da profissão de enfermagem. gênero e trabalho, gênero e saúde , gênero e educação e gênero e feminismo. Outras perspectivas importantes , menos enfatizadas, mas emergentes na literatura de enfermagem foram : gênero e cuidado, gênero e familia , gênero e violência .PALAVRAS-C HAVE: gênero, Enfermagem.
INTRODUÇÃOUma explosão de publicações, tendo gênero como foco central, vem ocorrendo, no Brasil, desde o final da década de 80 , colocando as mulheres no centro da análise e critica do sistema androcêntrico/falocêntrico do conhecimento, no qual as experiências e prioridades dos homens têm sido tradicionalmente centrais e representativas do todo (Silva, 1997) . Tal fato demonstra a história recente da incorporação do conceito de gênero nos estudos das diversas academias, no Brasil. Neste sentido, como bem assinala Machado (1992), temos que considerar que a possibilidade politica de emergência da luta pelos direitos de "minorias", pelos direitos de alteridade, só se configurou no Brasil , no espaço inicial da abertura politica.Algumas academias vêm se destacando pelos estudos pioneiros nesta área , como é o caso das Ciências Sociais e dos estudos de Literatura e critica literária que , a partir, do final de 80, postularam a primazia dos estudos de gênero sobre os estudos da mulher e a "superação" dos estudos dos papéis sexuais pelos de gênero (Hol/anda, 1992). Em outras academias, esta abordagem é ainda mais recente e incipiente, como é o caso da educação, em que foi evidenciada a escassez de pesquisas analisando as re lações de gênero (Rosemberg, 1992) e da história, na qual o conceito de gênero ainda fica submerso em pesquisas que têm se dedicado muito mais à história das mulheres (Pedro, 1994) . Na enfermagem brasileira, Pereira (1996), embora não faça um estudo sistemático da literatura, coloca que apesar da variedade de reflexões publicadas e de dissertações e teses