Este livro reúne textos produzidos na órbita do Núcleo de Pesquisas "Corporalidades", coordenado pela profa. Dra. Nísia Martins do Rosário, junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1 . Tratase de uma série de estudos implementados nos últimos anos, muitos deles como parte ou como síntese dos resultados de investigações de doutoramento ou pós-doutorado.O que vem a público é uma amostragem daquilo que nos ocupa, seja em nossos encontros quinzenais de trabalho, seja em nossas pesquisas singulares, nos fóruns de discussão, nas tarefas de sala de aula e nas cooperações acadêmicas em que nos engajamos.A expressão "Corporalidades", para nós, não nomeia apenas um grupo de estudos. Antes disso -e/ou junto disso -, refere também àquele que definimos como o campo prioritário de nossos debates. É para o corpo -as performances e as gramáticas corporais, os modos de existência e os novos regimes visuais do corpo, seus limites testados, sua forma refeita, as lutas corporais, seus momentos de crise, glória e superação -que nossa atenção se dirige.A perspectiva utilizada é a perspectiva comunicacional. Os meios, os espaços tecno-simbólicos de mediação e os processos comunicacionais são tomados como vetores essenciais de nossas 1 "Corporalidades" é um dos quatro Núcleos de Pesquisa que se articulam dentro do mesmo diretório do CNPq e integram o Grupo de Pesquisa em Semiótica e Culturas da Comunicação (GPESC), em atuação no referido PPGCom, desde 2010, junto à Linha 2 -Culturas, Política e Significação.14 SUMÁRIO ideia de uma paisagem midiática, capaz de suscitar paisagens emocionais (ou paisagens mentais, paisagens da memória), se afina também a isso. São esses arranjos performativos, enfim -são esses encaixes entre corpo, comunicação e espaço, são essas conjunções e disjunções, todas tão sutis e delicadas -, que nos dedicamos, portanto, a interrogar.O livro está dividido em cinco partes, em cinco pares de textos, poderíamos dizer, caso um desses blocos, justamente o núcleo central, não fosse composto por três artigos interrelacionados, reagindo aos problemas atuais relativos à pandemia do novo coronavírus e dedicados a especular sobre os "corpos pandêmicos" em suas novas dinâmicas societais, sobre os modos com que agora se inscrevem na superfície das mídias e se apresentam ao público.A primeira parte reúne escritos emblemáticos daquilo que temos feito. Ambos foram defendidos no primeiro semestre de 2020. Em seguida, temos dois capítulos definidos pela aproximação que fazem com teorias e práticas antropológicas mais estritas. Além disso, compartilham o pano de fundo marcadamente político.Na quarta parte se agrupam trabalhos com objetos empíricos bastante diversos, porém aproximados por pautarem performances de si e fenômenos de compartilhamento excessivo nas redes digitais ou na literatura. Por fim, na quinta e última parte, temos dois "momentos de respiro", assinados por dois pesquisadores externos convidados. São textos que mimetizam os objetos dos quais pretendem dar conta, ...