O Social E a Metafísica: Tarde E Simondon

Abstract

AgradecimentosÀ CAPES pelo apoio financeiro sem o qual este trabalho não seria possível. Ao meu orientador Rodrigo Nunes cuja orientação, disponibilidade e estímulo foram fundamentais para o desenvolvimento do mestrado. Sua importância na jornada da qual este trabalho é uma etapa excede, e muito, o que se poderia esperar de um orientador de pesquisa.À minha mãe, Cláudia, e aos meus avós, Carlos e Alvanyr, por todo suporte e estímulo durante toda a minha formação acadêmica.Aos demais professores e colegas, por compartilharem seu conhecimento e pelas discussões enriquecedoras em sala de aula, principalmente, Carla, P.H, Rafa, Alyne, Carlos e Victor. Também aos funcionários do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, pela solicitude demonstrada ao longo desses dois anos do mestrado. O presente trabalho se pretende pensar o social a partir de um ponto de vista metafísico, entendendo-se aqui o termo como uma solução de continuidade entre o humano e a natureza. A incomensurabilidade ontológica absoluta entre o homem e o cosmo -inaugurada na modernidade -nos leva a diversos problemas sociais, éticos, ambientais e políticos na medida em que serve como justificativa teórica e prática para a devastação do meio ambiente. Por outro lado, o dualismo natureza e cultura é análogo a disjunção parte-todo que dominou o pensamento sociológico até o século passado, sendo esta igualmente problemática na medida em que, por um lado, o predomínio do Todo nos leva a posturas fascistizantes e, pelo outro, uma postura centrada no predomínio absoluto do indíviuo nos leva ao neoliberalismo. Em ambos, temos o predomínio dos termos sobre as relações, sendo a disjunção colocada como um a priori intransponível. O que pretendemos é uma análise social que supere estes binarismos: primeiramente, através de uma continuidade entre o homem e a natureza, e, em segundo lugar, pela destituição da disjunção parte-todo. Sendo assim, nos voltamos para o pensamento de Gilbert Simondon e Gabriel Tarde, procurando articulá-los em uma metafísica do social que exclua a dicotomia entre parte e todo e natureza e cultura. Simondon realiza um percurso da física à sociedade humana, estabelecendo um contínuo entre eles na sua teoria da individuação; Tarde, por outro lado, expande o conceito de sociedade para toda a natureza, realizando o movimento oposto ao de Simondon. Trata-se de uma via de mão dupla, cuja complementariedade será o objeto do presente trabalho. Palavras ChaveFilosofia; metafísica contemporânea; pensamento social; Gabriel Tarde; Gilbert Simondon. The present work intends to think the social through a metaphysical point of view, understanding metaphysics as a solution of continuity between human (and culture) and Nature. The absolute ontological incommensurability between bothcreated in the modernity -leads us to diverse social, ethical, environmental and political problems inasmuch as it works as a theoretical and practical justification to the environmental devastation. By other side, the nature-culture dualism is analogous to the part-whole disjunctio...

Um caminho, várias histórias

“…28 Para maiores detalhamentos sobre as iniciativas e trabalho com sensoriamento remoto no município de Guarulhos: Santos V. (2002); Santos V. (2006); Santos e Compiani (2009).…”

“…Para exemplificar as possíveis sutilezas das diferenciações entre fontes primárias e secundárias, trago um trecho de Umberto Eco (2002): O que observamos é que o currículo se mostra como um espaço de tensões, mediante às fortes tentativas de padronizações quando analisamos os mecanismos, estruturas e concepções que são impostos ao professor no seu fazer e ser no cotidiano escolar. Para isso, Arroyo (2011) indica a necessidade de desconstruir concepções e representações que limitam a autonomia, autoria e criatividade, mas reconhece que estruturas curriculares prescritivas e impositivas só reforçam tais amarras.…”

“…A questão apontada por Lopes (2002b), e que me propus a discutir e a refletir, refere-se à forma como tal contexto é problematizado e relacionado, fortemente associado ao mercado de trabalho (produtividade, competitividade e adaptabilidade) e nessa articulação entre o ensino baseado em competências. Há alguns autores que têm lançado muitas críticas em relação a currículos centrados em competências e habilidades (pelo menos nos moldes como tem sido proposto e na sua relação com avaliações), entre esses autores destaco Duarte (2001;, além de Lopes (2002a) e Macedo (2002). Vale ressaltar novamente que nas novas DCN (2013), há deslocamentos significativos desse sentido de contexto para um viés mais de construção da cidadania, no qual o sentido de cotidiano e contexto como espaço de vivência ganha mais força (se aproximando mais da ideia que estamos propondo e discutindo sobre "currículo local"), aspecto que precisa ainda ser melhor estudado e compreendido e que foge das pretensões do meu trabalho.…”

“…Macedo (2002) corrobora nesse sentido ao colocar que "as propostas curriculares centradas na noção de competência têm papel de destaque, frequentemente associadas à organização de sistemas de avaliação, tendo por referência o mercado de trabalho" (p. 132). Se examinarmos o conjunto das recomendações já analisadas, o trabalho enquanto produção de bens e serviços revela-se como a prática humana mais importante para conectar os conteúdos do currículo à realidade.…”

“…Um outro caso bem conhecido refere-se ao município de Porto Alegre, pela implementação da Escola Cidadã (realizada em três gestões distintas entre [1989][1990][1991][1992][1993][1994][1995][1996][1997][1998][1999][2000]. Para conhecer mais o processo e a abrangência de Paulo Freire nos movimentos curriculares, principalmente na década de 1990, alguns exemplos desses municípios são tratados na tese de Silva (2004) : São Paulo-SP (1989-1992e 2001, Angra dos Reis -RJ (1994)(1995)(1996)(1997)(1998)(1999)(2000), Porto Alegre-RS (1995)(1996)(1997)(1998)(1999)(2000), Chapecó-SC (1998, Caxias do Sul-RS (1998)(1999)(2000)(2001)(2002)(2003), Gravataí-RS (1997, Vitória da Conquista-BA (1998 -2000), Esteio-RS (1999, Belém-PA (2000, Maceió-AL (2000, Dourados-MS (2001, Goiânia-GO (2001, Criciúma-SC (2001. (p. 323).…”