Um dos maiores obstáculos a ser vencido pelo SUS é a ampliação do acesso aos seus serviços para toda a população, especialmente para as mais vulneráveis, como a população de transgêneros (travestis e transexuais), que em decorrência do sentimento de inadequação, rejeição familiar, discriminações e dificuldades de inserção social, sofrem mais estigmas que os demais integrantes do grupo LGBT. Assim, objetivou-se analisar a percepção da população transgênero quanto ao atendimento recebido nos serviços de saúde. Estudo transversal, descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com integrantes transgêneros nos municípios de Crato, Juazeiro e Barbalha, Ceará, Brasil. Para a coleta de dados utilizou-se roteiro de entrevista semiestruturado. Os discursos foram organizados mediante categorização temática e analisados com base na literatura pertinente. Com parecer ético nº 2.365.994. Participaram 12 integrantes da população transgênero. Os resultados revelam que os participantes apresentam visão negativa acerca do atendimento prestado nos serviços de saúde, caracterizada por insatisfação, não reconhecimento dos seus direitos, não contemplação do nome social e episódios de discriminação sofridos durante assistência. É necessária uma qualificação dos profissionais de saúde, para que possam respeitar e tratar com dignidade esse grupo, tornando o acesso a esses serviços pela população transgênero igualitário e livre de discriminação.