“…As técnicas e os métodos precisos para conduzir a organização aos caminhos planejados foram por muito tempo a tônica da pesquisa em estratégia, garantindo aos estudos um tom normativo-prescritivo (Pettigrew, Thomas, & Whittington, 2001a, 2001b. Até os anos de 1990, principalmente a partir do entendimento de que o mercado era uma espécie de campo de guerra e que valia tudo para alcançar uma posição de liderança competitiva, pouco se discutiu sobre a intencionalidade que pauta uma ação estratégica (Faria & Abdalla, 2014;Faria, Imasato, & Guedes, 2014;Wanderley & Faria, 2018) e principalmente sobre as questões éticas relativas a tais intenções (Tsoukas, 2018). Basta ver o texto clássico sobre os cinco Ps da estratégia de Mintzberg (2006), em que uma das acepções (que guia a formação de gestores nas mais diferentes escolas de negócios do mundo) do conceito de estratégia -ploy -é definida como "um pretexto, realmente apenas uma 'manobra' específica para superar um oponente ou concorrente" (p. 24).…”