Da perspectiva da Análise de Discurso, iniciada pelo círculo de intelectuais em torno de Michel Pêcheux na França entre as décadas de 1960-1970, empreendeu-se um gesto de análise do discurso do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), movimento que se alçou em armas em janeiro de 1994, no sudeste mexicano. Entretanto, são os comunicados, as cartas, as declarações, as imagens de rebeldes mascarados, divulgadas pela mídia, que possibilitaram um amplo apoio civil nacional e internacional. O processo de resistência-revolta em curso nos últimos 25 anos no estado de Chiapas permite o estudo dos modos de funcionamento de discursividades dominadas, dissimétricas em relação à ideologia dominante, neste início de século XXI. Com base nesta análise foi possível retomar o conceito de espectro do irrealizado articulado ao processo de reprodução/transformação histórico.