Estudar e conhecer a Amazônia diante do cenário socioeconômico atual leva à reflexão sobre a eficácia das metodologias científicas adotadas. Estaria o diálogo entre grupos de pesquisas e os tomadores de decisões permitindo a produção de conhecimento robusto e adequado às demandas do setor produtivo amazônico, e articulado de modo a sensibilizar a academia a se debruçar sobre os gargalos tecnológicos existentes, bem como, novas oportunidades para o aproveitamento da riqueza natural? Foi realizada uma análise nas exigências de editais de fomento científico produzidos pelas principais instituições de fomento e desenvolvimento na Amazônia, nos últimos dois anos, e verificou-se que a epistemologia predominante é a disciplinaridade, fato que torna a aplicação dos resultados mais restrita. A escala temporal da produção científica, velocidade de impacto na sociedade em relação à sua aplicação, a linguagem adequada e a falta de percepção da sociedade sobre a incerteza da política, são fatores importantes que afetam a relação entre a academia e os formadores de opinião e políticas públicas, sendo necessário intensificar um certo ativismo científico, advindo da aplicação da epistemologia translacional. Em paralelo, o gerenciamento da governança do conhecimento científico se daria, em alguns casos, com maiores probabilidades de sucesso com a utilização de algoritmos que ainda são timidamente adotados no meio acadêmico da Amazônia.