O Planejamento da velhice na perspectiva de estudantes universitários

Abstract

Resumo: O presente artigo tem como objetivo compreender o planejamento da velhice nas famílias contemporâneas a partir da percepção de estudantes universitários, haja vista o crescimento da população idosa, tornando-se uma população majoritária no Brasil nos próximos anos. Foi realizado um estudo qualitativo, através de dois grupos focais, com 10 estudantes universitários de uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada do interior do Rio Grande do Sul. Os dados foram analisados através de análise temática. A partir da análise, foi possível identificar que a temática do envelhecimento e a velhice vem rodeada de tabus e medos, perpetuados pela sociedade. De forma quase simbiótica à velhice, a finitude tem sido associada, o que induz o sentimento de negação tanto dos avós e pais, quanto dos próprios estudantes universitários ao perceberem o envelhecimento. Desse modo, verificou-se dificuldade de falar abertamente e planejar a velhice na família dos jovens investigados.

Representações Sociais Sobre a Velhice Construídas Por Estudantes Universitários

“…Essa diversidade de desfechos associados à velhice assinala para diferentes percepções da sociedade, que, ao considerá-la uma fase da vida marcada por ganhos ou perdas, pode encarar a velhice de forma preconceituosa e estereotipada ou como um momento de conquistas, maturidade e experiências (6) .…”

“…As avós, em especial, prestam cuidados diários aos seus netos, muitas vezes sem a presença dos pais. Segundo estudo de Garcia e ARTIGO ORIGINAL Alves (6) , para o público universitário, os predecessores são referidos como uma das pessoas mais importantes de sua vida. Portanto, a presença de avós no núcleo familiar parece ter grande impacto, que transcorre na construção da personalidade, na formação das crenças e nos saberes de estudantes universitários, com base no que é vivido, ouvido e sentido.…”

“…Segundo Garcia e Alves (6) , essas evocações é vista pelos universitários como modificações biológicas e fisiológicas, que são inerentes à vida, onde a aparência externa é marcada por alterações, como o aparecimento de rugas e a presença de doenças, com destaque para a presença de cabelos brancos, outro termo evocado pelos estudantes do presente estudo.…”

“…Quanto à estabilidade financeira, julga-se que os estudantes tenham evocado o termo com maior frequência associando-o a aposentadoria, tida como principal ocupação e fonte de renda entre a população idosa. Tal fato, diverge do estudo realizado com universitários do curso de psicologia, em que a velhice é compreendida como uma fase de dependência física e financeira, no qual os filhos têm a responsabilidade filial de prestar o apoio e o cuidado aos seus progenitores (6) . Em consonância com o termo evocado, o Estatuto do idoso prevê a aposentadoria, em uma das suas atribuições, elevar a renda familiar e reduzir o nível de pobreza no país.…”