“…assim seu conceito de tal literatura era a de que devia exercer uma função humanizadora, porém com os ingredientes da fantasia, da evasão e do sonho e ser uma forma de fazer conhecer o próprio ser e o mundo e, assim, tornar-se uma ponte entre o mundo risonho da criança e o carrancudo do adulto. (ibidem, p.85-6) Para Menin (1999), a revisão de O patinho feio feita por lourenço Filho na coleção Biblioteca infantil não se caracteriza apenas pela revisão do texto de Barreto -recriador da primeira edição, em 1915, desse conto, na coleção -, mas trata-se de uma "recriação" em razão da ampla modificação que processou em relação ao texto original de Hans C. andersen, segundo seu projeto e sua autonomia de trabalho ante a coleção. No entanto, de acordo com a autora, como lourenço Filho e Barreto "falavam" a partir de um mesmo "lugar" -o escolar -, demonstravam em sua atuação ante a coleção preocupações similares, como as de preservar a arte e incentivar o gosto pela leitura nas crianças em situação escolar, por isso, em O patinho feio, de lourenço Filho, sobressaiu-se o tom didático com intenção de educar, evidenciando os papéis de quem ensina e o de quem aprende, num enfoque formativo, moralizante e de crítica social.…”