O parto no pós-abolição em São Paulo (1894-1925): ser mãe em disputa – experiências e representações sobre o parto na capital paulista da virada do século

Abstract

À minha mãe, em memória, que é meu maior amor e meu maior orgulho; meu maior exemplo de coragem, entrega, riso solto e peito aberto AgradecimentosSonhei durante tempos com o dia em que fosse escrever os agradecimentos deste trabalho.Teria, enfim, terminado a pesquisa e a escrita da narrativa com os resultados dela, e poderia desfrutar do sentimento de alívio e trabalho cumprido. Esse dia chegou e, realmente, estou aliviada, mas, mais que tudo, estou muito feliz. A pesquisa de mestrado me acompanhou pelos anos mais turbulentos da minha vida. A pandemia de covid-19 fez com que os arquivos fechassem, as aulas se transformassem em encontros online, o medo e a insegurança compusessem nosso cotidiano, e o isolamento se impusesse de uma maneira dolorosa. Nesse cenário já difícil, o governo reacionário e fascistóide de Jair Bolsonoro patrocinou mortes, desinformação, aumento das desigualdades e ataques à ciência, à pesquisa e ao ensino. Apesar das investidas sistemáticas contra a educação, alunos, professores e trabalhadores resistiram e seguem resistindo. A dedicação com afinco à pesquisa só foi possível por conta da bolsa de estudos concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação a qual começo agradecendo. No contexto atual, em que as universidades públicas e principalmente as Ciências Humanas sofrem constantes ataques, acho importante frisar a importância do financiamento público à pesquisa, sem o qual não há possibilidade de sociedade mais crítica, igualitária e justa. O trabalho também só foi possível pela confiança depositada em mim pela minha professora e orientadora, Antonia Terra de Calazans Fernandes, quem me acolheu na pesquisa acadêmica e nas inquietações sobre a história das mulheres. Desde 2014, como professora, balançou meus paradigmas sobre o ensino de história, e me fez acreditar profundamente no potencial crítico e transformador da educação. Na iniciação científica, sua orientação cuidadosa e terna me mostrou caminhos antes impensáveis a serem tomados com a documentação. No mestrado, sua companhia foi fundamental para que eu conseguisse lidar com meu objeto histórico e pensasse em sua concretude, a partir do corpo e das vidas das mulheres que estudo. Como pessoa, professora, e orientadora, me mostrou que a pesquisa e o ambiente acadêmico podem ser espaços de trocas reais e de acolhimento, em que a arrogância e o autoritarismo não fazem sentido e são contraprodutivos. Além do meu agradecimento, fica minha admiração. Aos componentes da banca,