A presente investigação busca analisar exemplos de trabalhos que apresentem iluminação bordada em vestes, a fim de observar quais poderiam ser seus principais usos no campo cênico e em quais outras funções essa iluminação, que parte do corpo do ator, podem se aplicar. O estudo é dedicado à realização da direção de arte para a montagem do espetáculo Hamlet-Máquina (MULLER, H.; 1977) realizado pelos grupos de extensão Teatro Ludos, AdaLab e LATA todos da Universidade Federal de Goiás. Foram realizados oito encontros virtuais para as leituras dos textos Hamlet (Shakespeare) e Hamlet-Máquina, bem como estudos sobre trajes de cena, história da moda e das identidades, assim como, especulações de uso e história das máscaras. Ao longo das discussões optamos por atualizar a contextualização da dramaturgia a partir de temas da atualidade como o trans-humanismo e a impossibilidade de escapar das sistematizações da vida digital. Com relação à direção de arte destacou-se o interesse por utilizar trajes e elementos cênicos iluminados de fácil mobilidade. Os ensaios ainda não se iniciaram. Mas aproveitamos o ensejo para pesquisar previamente sobre a relação entre iluminação e traje de cena através de coleta de dados de fontes secundárias. Observamos que a iluminação associada às vestes, de um modo geral, aparece para fins de efeitos especiais (efeito justificado de acordo com a definição de Cibele Forjaz Simões, 2015) que geram destaque ou com efeito semelhante ao teatro de luz negra. Encontramos também em trabalhos mais recentes, o uso da iluminação como parte do método ou dos procedimentos internos utilizados pelo artista, bailarino ou performer. Detectamos a falta de uma iluminação mais pervasiva, com menos efeito especial e que combine aspectos que possam tornar visíveis o trabalho do ator, bem como, o espaço ao seu redor e que, ao mesmo tempo, contribua para a visualidade da cena.