2022
DOI: 10.1590/2237-101x02305115
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O marquês de Barbacena, a política e a diplomacia na construção do Estado Imperial brasileiro

Abstract: A biografia como escrita da História é um fato. Não se discute mais se a subjetividade da narrativa biográfica a torna menos histórica. Como ressalta Alexandre Avelar, citando Borges, autora da epígrafe acima, o desafio do trabalho biográfico consiste "ao falar do seu personagem, o biógrafo, de certa forma, fala de si mesmo, projeta algo de suas emoções, de seus próprios valores e necessidades" (AVELAR, 2010, p. 170).Tendo as preocupações acima, Rafael Cupello disserta sobre a trajetória

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“…Eleitores e candidatos, dadas as mencionadas restrições à participação do processo eleitoral, eram oriundos da mesma classe, a transitória classe dos aristocratas em conformação aos moldes capitalistas da classe burguesa, e dividiam interesses semelhantes, em prol da conservação e ampliação de seu poder político e um Estado construído conforme a ordem capitalista, remete, em conjunto à questão da violência, a outro prenúncio contido no trecho da obra deMenezes (2018): o coronelismo, ou mais precisamente o "coronelismo político", face ligada aos A manutenção da ordem surgiu como necessidade primordial para a manipulação da transição para o capitalismo, não somente preservando o poder da então aristocracia rural-escravocrata, como impedindo as mudanças estruturais almejadas por grupos específicos, como abolicionistas e separatistas, e, principalmente, pelas massas oprimidas. A ausência de forças públicas de coerção, tanto no Nordeste, quanto no restante do território brasileiro, deve-se aos séculos de submissão à condição de colônia, na qual os esforços empreendidos pela metrópole limitavam-se ao fornecimento de condições mínimas para a prática das atividades econômicas, os movimentos em prol da segurança da colônia foram contidos na defesa do território frente às ameaças de invasão oferecidas por outras potências colonizadoras, a contenção de revoltas e manutenção da ordem ficava a cargo dos complexos particulares dos senhores de terra, que designavam essas funções a funcionários e até mesmo escravos(GUIMARÃES, 2001).ligadas a funções como a defesa da Constituição, da liberdade e da integridade do Império, manutenção da obediência às leis, restabelecimento da ordem e da tranquilidade pública, além de auxiliar o Exército no patrulhamento das fronteiras terrestres e costeiras (COLEÇÃO DE LEIS DO IMPÉRIO DO BRASIL, 1831). A A restrita patente de coronel era concedida em todo o território brasileiro e em todas as Legiões da Guarda Nacional, porém, foi na região Nordeste que esse exercício hipoteticamente burocrático e necessário para o comando dessa instituição, converteu-se em uma particular estrutura de poder voltada, conforme os dois pontos destacados anteriormente, para a concentração de poder local, por meio da coerção e, consequentemente, do controle dos mecanismos eleitorais.…”
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“…Eleitores e candidatos, dadas as mencionadas restrições à participação do processo eleitoral, eram oriundos da mesma classe, a transitória classe dos aristocratas em conformação aos moldes capitalistas da classe burguesa, e dividiam interesses semelhantes, em prol da conservação e ampliação de seu poder político e um Estado construído conforme a ordem capitalista, remete, em conjunto à questão da violência, a outro prenúncio contido no trecho da obra deMenezes (2018): o coronelismo, ou mais precisamente o "coronelismo político", face ligada aos A manutenção da ordem surgiu como necessidade primordial para a manipulação da transição para o capitalismo, não somente preservando o poder da então aristocracia rural-escravocrata, como impedindo as mudanças estruturais almejadas por grupos específicos, como abolicionistas e separatistas, e, principalmente, pelas massas oprimidas. A ausência de forças públicas de coerção, tanto no Nordeste, quanto no restante do território brasileiro, deve-se aos séculos de submissão à condição de colônia, na qual os esforços empreendidos pela metrópole limitavam-se ao fornecimento de condições mínimas para a prática das atividades econômicas, os movimentos em prol da segurança da colônia foram contidos na defesa do território frente às ameaças de invasão oferecidas por outras potências colonizadoras, a contenção de revoltas e manutenção da ordem ficava a cargo dos complexos particulares dos senhores de terra, que designavam essas funções a funcionários e até mesmo escravos(GUIMARÃES, 2001).ligadas a funções como a defesa da Constituição, da liberdade e da integridade do Império, manutenção da obediência às leis, restabelecimento da ordem e da tranquilidade pública, além de auxiliar o Exército no patrulhamento das fronteiras terrestres e costeiras (COLEÇÃO DE LEIS DO IMPÉRIO DO BRASIL, 1831). A A restrita patente de coronel era concedida em todo o território brasileiro e em todas as Legiões da Guarda Nacional, porém, foi na região Nordeste que esse exercício hipoteticamente burocrático e necessário para o comando dessa instituição, converteu-se em uma particular estrutura de poder voltada, conforme os dois pontos destacados anteriormente, para a concentração de poder local, por meio da coerção e, consequentemente, do controle dos mecanismos eleitorais.…”
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