O presente artigo tem como objetivo analisar como o conceito de antinatalismo – isto é, uma visão filosófica que defende a ideia de que é melhor que os humanos parem de trazer novas vidas ao mundo, ou que teria sido melhor não termos sido trazidos à existência – e, mais especificamente, o antinatalismo de David Benatar, se alinham à vertente metafísica do pessimismo schopenhaueriano, presente no Tomo I de O Mundo como Vontade e Representação e também nos Suplementos. Ao fazer isto, não será intenção deste trabalho a pressuposição de que as vertentes do pessimismo de Schopenhauer sejam, necessariamente, antinatalistas. Antes, tem-se como motivação demonstrar o que há do pessimismo metafísico schopenhaueriano no antinatalismo de Benatar que, por ser diferente de outras visões antinatalistas, é aqui adjetivado como “benatariano”, e, por conseguinte, o que há na posição do filósofo sul-africano que pode ser justificado pela metafísica de Schopenhauer.