Malaquias 2:17–3:5 contém uma das cenas de julgamento mais interessantes do Antigo Testamento e de toda a Escritura. Nessa perícope, Deus se aproxima de seu povo no ambiente do santuário ou templo para realizar um processo judicial que resultaria em purificação. Esse processo revela a centralidade do santuário na teologia de Malaquias e, ao mesmo tempo, destaca o caráter escatológico do quadro apresentado. A análise da passagem e de seu contexto patenteia, sobretudo, o método usado por Deus para fazer a distinção entre justos e ímpios – começando por aqueles que mantêm uma relação de aliança com ele –, além de indicar alguns paralelos com a cerimônia do Yom Kippur e a relação do juízo com o chamado “Dia de YHWH”.