“…Se a classe médica portuguesa reclamava, pelo menos desde 1898, ser necessário adotar em Portugal um conjunto de medidas de profilaxia e combate à propagação da lepra pelo apoio à investigação científica, a realização de inquéritos e a criação de colônias agrícolas, com particular destaque para o médico Zeferino Falcão, que esteve presente na Primeira Conferência Internacional sobre Lepra, em 1897, em Berlim (Silva, 1962;Cruz, 2009), só após a visita a Portugal, em 1927, do doutor Heráclides de Souza-Araújo, do Instituto Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro), é que foi nomeada, em 1930, pelo Ministério do Interior, uma comissão de estudo da lepra, visando ao isolamento dos doentes (Silva, 1962). Essa comissão decidiu realizar um inquérito sobre os doentes de Hansen, que se iniciou em 1934 e terminou em 1937 com o apoio da Fundação Rockefeller, tendo-se apurado a existência de 1.127 doentes no país (Silva, 1962;Barreto, 1972 (Silva, 1962).…”