O ensino médico em debate: São Paulo - 1890 a 1930

Abstract

O objetivo deste trabalho é analisar os projetos de criação de instituições de ensino médico em São Paulo, entre 1890 e 1930. O caso paulista é específico no Brasil em dois aspectos: primeiro, a inexistência de uma escola médica até o início do século XX; segundo, a defasagem entre a primeira lei que previa a instalação da instituição, em 1891, e a instalação de fato de uma faculdade oficial no estado, em 1913. A perspectiva adotada é de que esse processo deveu-se essencialmente a uma tentativa de homogeneização do campo médico local. Por um lado, pelo esforço de sobrepor a fala médica à de outros grupos relacionados à saúde, principalmente o farmacêutico. Por outro lado, pela procura de caracterizar a produção de conhecimento local nos moldes de uma medicina laboratorial, tanto em seu viés terapêutico quanto no experimental. A conclusão é que somente após a obtenção de consenso sobre esses temas foi possível a criação de uma escola médica em São Paulo na qual se pudessem relacionar ensino e medicina experimental.

Consideraciones sobre las primeras psiquiatras en Brasil: formación, actuación y estrategias de integración (1920-1940)

“…Por lo tanto, nos parece que, como en el caso de la pertenencia a sociedades científicas, los viajes constituían una etapa socialmente obligatoria a la que las psiquiatras se ajustaban a la hora de construir sus carreras. Dos de las psiquiatras viajaron a otro estado en el momento de iniciar sus estudios, Nise da Silveira acompañada por un grupo de jóvenes bien conocidos por la familia; y desconocemos las condiciones de viaje de la segunda, Ursulina Penteado Bueno, salvo que probablemente se trasladó de São Paulo a Río de Janeiro por falta de plazas en su ciudad de origen (Silva, 2001(Silva, , 2002.…”

Capítulo 7 – Debates e embates entre reforma sanitária e indigenismo na criação do subsistema de saúde indígena e do modelo de distritalização

“…A temática da reorganização dos serviços de saúde se desenvolveu ao longo do século XX impulsionada por diversos desafios, dentre os quais destaco a pressão social crescente por resposta dos Estados nacionais às necessidades de saúde da população e à denominada "crise da medicina científica" como modelo hegemônico (Silva Jr., 2006). Na década de 1960, na busca por respostas para esse contexto, a Opas organiza reuniões em que se recomenda que se organizem sistemas nacionais de saúde (OPS, 1992).…”

“…Na América Latina, durante a década de 1980 enormes grupos populacionais ainda continuavam sem acesso a serviços de saúde, e o quadro epidemiológico se agravava num contexto de crise econômica (OPS, 1992). Nesse momento, a estratégia Silos é apresentada na 22ª Conferência Sanitária Pan-Americana de 1986 e ratificada pela resolução XV da 33ª reunião do Conselho Diretivo da Opas em 1988 (Silva Jr., 2006). Os Silos são apresentados como estratégia para reorganização dos sistemas nacionais de Saúde, para atingir a meta Saúde para Todos no Ano 2000.…”

“…No Brasil, a proposta dos Silos é catalisada pela representação da Opas no país, por meio de seu Programa de Desenvolvimento de Serviços de Saúde. O representante da Opas no Brasil, Eugênio Vilaça Mendes, é o responsável pela reelaboração da proposta dos Silos em distritos sanitários, que já vinha se desenvolvendo no âmbito da Reforma Sanitária brasileira (Silva Jr., 2006). Mendes (1999a) relata que, a partir de 1988, a representação da Opas no Brasil promove a implantação dos distritos sanitários no país.…”