O efeito contagiante do sucesso feminino: A eleição de prefeitas e o impacto sobre as candidaturas nos próximos pleitos

Abstract

O presente artigo se insere na linha de estudos sobre a baixa presença de mulheres na política brasileira. Nesse trabalho, testamos se a eleição de uma prefeita aumenta o número de mulheres disputando o próximo pleito para a prefeitura no mesmo município. A análise deste efeito contágio dialoga com outros trabalhos cujo foco é o momento da apresentação e seleção de candidatas como um dos filtros decisivos para viabilizar a eleição de mais mulheres em disputas eleitorais. Esse estudo tem como base de dados as eleições municipais para prefeito no Brasil entre 2000 e 2012. Chegamos à conclusão de que nos municípios em que houve a eleição de uma prefeita a probabilidade de ter candidatas lançando-se pela primeira vez na próxima eleição é 1,8 vezes maior em comparação com a última disputa eleitoral. Outra constatação é a de que os homens que concorrem ao pleito reagem de forma diferente à eleição de uma mulher. A pesquisa sugere também que, além de fatores mais conhecidos, como arranjos institucionais ou condicionantes socioeconômicos, eventos chaves, como a vitória de mulheres em eleições majoritárias, desencadeiam mecanismos de retroalimentação que resultam na ampliação do espaço das mulheres na política.

Black Motherhood Politics in Costa Rica: Diasporic Genealogies and Links to the State

“…Having this Central American example of Black motherhood politics offers a point of departure for better understanding the conditions that support Black women to become Black political subjects (Paschel 2016), and engage in national politics elsewhere. The case can even trigger an intersectional analysis of the “contagious effect of female success” in electoral politics (Speck 2018). Ultimately, Black, feminist, and Afro-Caribbean politics in the state invigorate the field of Afro-Latin American politics (Laó-Montes 2009).…”

Ciências Sociais Hoje: Ciência Política

“…Ainda embrionário, o estudo de finanças partidárias está restrito aos casos de poucos países concentrados na Europa e na América do Norte. Demarcando uma fronteira com os estudos de financiamento eleitoral Van Biezen, 2010;Speck;Mancuso, 2014), em que imperam as análises sobre gastos e arrecadações de campanhas eleitorais, os estudos de finanças partidárias começam a delinear como os partidos gastam dinheiro internamente para manter suas estruturas de funcionamento e fortalecer sua organização (Heidenheimer, 1963;Pinto-Duschinsky, 1989;Smith, 2004;Nassmacher, 2009;Carlson, 2012;Blumenberg, 2015;Maddens, 2018;Roeder, 2019).…”

“…Diversos estudos apontam que impedimentos de ordem cultural, socioeconômica e institucional, como certas características dos sistemas eleitorais e dos partidos políticos, têm contribuído para o quadro mundial do baixo número de mulheres ocupantes de cargos executivos e legislativos, sejam eleitos ou nomeados, e que existe uma crescente preocupação em relação a esse cenário, tanto por parte da sociedade civil quanto nos ambientes acadêmicos (Pateman, 1993;Inglehart e Norris, 2000;Inglehart e Welzel, 2005;Alves e Corrêa, 2009;Álvares, 2008;Araújo, 2009;Speck, 2018;Baltrunaite et al, 2014;Mcgregor et al, 2017).…”