“…A relevância desse estudo é corroborada por Lima, Hirata, Nogueira e Gomes (2007) através, por exemplo, dos dados que apresentam que áreas como as das novas tecnologias não consideram a dimensão do sexo, reforçando a marginalidade das mulheres, em especial as não qualificadas, e que o setor de serviços, um dos que mais absorve mão-de-obra feminina, exemplificado aqui pelo trabalho em telemarketing, se caracteriza por tarefas monótonas, repetitivas e estressantes, apresentando condições de trabalho precárias e, frequentemente, resultando em questões de saúde física e mental. Nogueira (2008), outra autora a trabalhar com a questão das teleoperadoras, corrobora os achados das autoras citadas previamente, acrescentando que as mulheres podem estar cumprindo um papel de cobaia desse processo de modificação do trabalho, cada vez mais precarizado e flexível, uma vez que as trabalhadoras têm menos legislações estabelecidas para protegê-las e uma menor participação nos sindicatos, podendo esse modelo posteriormente estender-se para o trabalho masculino. Além disso, o salário feminino, que ainda é concebido como complementar a renda familiar, tem se mostrado cada vez mais imprescindível para esse orçamento nos tempos atuais.…”