O DSM-V e suas implicações no processo de medicalização da existência

Abstract

O lançamento da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), fruto de um demorado processo de revisão do DSM-IV-TR, acarretará em mudanças na estrutura do próprio manual, que passará de um modelo de diagnóstico categorial para um modelo longitudinal. Tais mudanças proporcionarão um caráter preditivo aos diagnósticos. Nosso objetivo é discutir as implicações de algumas novas categorias diagnósticas propostas pelo DSM-V, no que tange, principalmente, no fortalecimento do movimento de medicalização da existência. Apontamos como um dos principais desencadeadores dessa medicalização o fato de que os DSM’s deixam de ter um uso exclusivamente clínico. Para isso, apresentamos o aumento do número de vendas de medicamentos psiquiátricos no Brasil como um indicador desse movimento de medicalização da existência.

Phonological Assessment Instrument: evidence of construct validity

“…However, studies on the subject point to the absence of an oral language assessment instrument considered the gold standard in BP, hindering the possibility of comparative calculations (5,11) . From this, the choice was made to use the reference described in the criteria for Speech Disorder in the DSM-5 (2) , circumventing this impediment with the justification of being the manual that not only helps in the diagnosis of PD, but how it was prepared to be the standard resource in the definition of disorders that affect the mind and emotions (2,16) .…”

Está se Constituindo um Novo Paradigma Psiquiátrico?

“…O diagnóstico multiaxial foi considerado por Dunker e Kyrillos Neto ( 2001) como o último resquício de uma base psicanalítica, pois levava em conta fatores psicossociais e ambientais. Esse diagnóstico passou a ser substituído, na atual edição (DSM-5, de 2014), por um diagnóstico dimensional (Resende, Pontes, & Calazans, 2015). O novo modelo insere uma variedade de transtornos mentais em um continuum.…”

“…O caráter preditivo do DSM-5 carrega o ônus de contribuir para tratamentos medicamentosos desnecessários e com consequências que podem derivar deles, a exemplo do estigma social (Resende et al, 2015). A universalização desse modelo pressupõe ainda uma hierarquia do médico e de seu discurso sobre os demais profissionais da saúde mental (Resende et al, 2015). Mudanças nas modalidades de entrevista fazem com que os sintomas sejam categorizados de acordo com padrões predefinidos no manual (Dunker & Kyrillos Neto, 2001).…”

Da Prescrição À Escuta: A Gam Como Um Instrumento Contra a Medicalização Da Vida

“…Podemos perceber essa alta taxa de prescrição medicamentosa por meio das notificações de vendas de medicamentos, o Rio Grande do Sul, a classe de antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu em 10%,enquanto no Brasil, cresceu em 17% no ano de 2019 a 2021. O farmacêutico Wellington Barros (2021) consultor do ad hoc do Conselho Federal de Farmácia explica que vivemos em uma sociedade culturalmente marcada pela tendência à utilização de medicações. Ou seja, existe um comportamento das pessoas do ocidente, o qual recorrem frequentemente ao uso de medicações.…”