“…Pesquisas mais recentes incluem escavações em três pequenos quilombos do Rio Grande do Sul (Carle, 2005), novas escavações no quilombo dos Palmares (Allen, 2006), escavações em uma senzala urbana em Martinho da Serra (RS) (Machado, Milder, 2006), em senzalas de dois engenhos de açúcar e em um quilombo da chapada dos Guimarães (MT) (Symanski, 2006;Symanski, Souza, 2006) e nas senzalas do engenho São Joaquim, em Pirenópolis (GO) (Souza, 2011). Entre outras questões, algumas investigações têm discutido as formas como os escravos -em variados contextos -gestaram uma cultura material visando à manutenção, reprodução e transformação de cosmologias e práticas rituais, conforme evidenciado pela reprodução de escarificações em vasilhames cerâmicos artesanais, pelo uso de possíveis itens devocionais de matriz africana, como os colares dos sepultamentos da Sé de Salvador (Tavares, 2006), um cristal negro encontrado na senzala do engenho São Joaquim, em Goiás, e cristais de quartzo implantados sob o piso da casa-grande do engenho Rio da Casca, em Mato Grosso (Symanski, 2007;Souza, Agostini, no prelo). O processo de trocas culturais dos grupos classificados como africanos, indígenas e europeus tem sido abordado com base nos modelos correlatos de crioulização, transculturação e etnogênese.…”