Esse ensaio faz uma análise sobre o papel das práticas esportivas na consolidação dos ideais de superioridade racial branca pensados pelo projeto de modernidade europeia e operacionalizados pelo colonialismo, bem como suas repercussões nas considerações sobre corpos racializados. Para tanto, foram utilizados referenciais teóricos da filosofia africana e afrodiaspórica contemporânea, bem como escritores que buscaram, sob o escopo da psicologia, analisar as repercussões corporais da supremacia branca. A partir desse panorama, foi possível estabelecer uma crítica ao projeto racial da modernidade e sua relação com a instituição do esporte moderno, principalmente a partir da constituição do Olimpismo como prática colonialista, baseada em análises de textos escritos por seu fundador. Por fim, é proposta uma categoria analítica relacionada a esse contexto: a “dicotomia corporal racializada”.