Objetivo: a presente pesquisa objetivou verificar se o nível de agressividade tributária altera a probabilidade de ocorrência dos eventos das dificuldades financeiras enfrentadas pelas organizações.
Método: visando atingir os objetivos deste estudo, foram extraídas informações financeiras pelo Economatica das empresas não financeiras listadas na B3 no período de 2010 a 2020. Esses dados foram utilizados para mensurar a dificuldade financeira (DF) quando o lucro antes dos juros e impostos, depreciação e amortização (EBITDA) é menor que as despesas financeiras e há queda no valor de mercado em dois períodos consecutivos e a agressividade fiscal, por meio da proxy ETR. Na presente pesquisa, a avaliação do aumento de probabilidade de haver dificuldade financeira pelas empresas que integram a amostra estudada foi obtida a partir da abordagem econométrica de regressão logística.
Resultados: detectou-se que a variável taxa de imposto efetiva (ETR) altera negativa e significativamente a probabilidade de ocorrência da situação de dificuldade financeira das empresas analisadas, sugerindo que quanto mais agressividade fiscal (baixos níveis de ETR) for a empresa, maior a probabilidade de ocorrência do evento de dificuldade financeira. Também constatou-se que as variáveis capital de giro líquido (CG) e giro do ativo (GIRO) alteraram negativamente a probabilidade de ocorrência do evento de dificuldade financeira, indicando que quanto maiores estes índices, menor a probabilidade de ocorrência da dificuldade financeira.
Contribuições teóricas/metodológicas/práticas: a pesquisa permite identificar indícios do efeito da agressividade fiscal sobre a dificuldade financeira corporativa o que constribui para prever eventuais riscos de insolvência ou até falência.