O Cotidiano do enfermeiro no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III sob a perspectiva da organização do trabalho.

Abstract

Objetivo: compreender a organização do trabalho da equipe de enfermagem em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III. Métodos: estudo qualitativo, descritivo e exploratório desenvolvido na Zona da Mata Mineira. Os dados foram coletados de abril a novembro de 2016 com 10 profissionais da equipe de enfermagem através de entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados foi realizada por meio da análise de conteúdo de Minayo. Resultados: emergiram as seguintes categorias: a) organização do trabalho e ações da equipe de enfermagem no CAPS ad III e b) os descaminhos de uma prática pensada e vivida e “a profissão do jeito que tem que ser”. O estudo revelou que a organização do trabalho de enfermagem no CAPS ad III, ainda reproduz o modelo tradicional, que dificulta a expressão da subjetividade e da criatividade dos trabalhadores e usuários. Considerações finais: o enfermeiro é um importante protagonista na transformação da organização do trabalho da enfermagem, pois exerce a gestão do cuidado, entretanto precisa incentivar novas propostas com articulação do saber/fazer que integrem todos os profissionais.
 Palavras-chave: Enfermagem, Saúde Mental, Organização do trabalho, Serviços comunitários de saúde mental.

Percepção da equipe de enfermagem sobre o trabalho no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPSad)

“…Com vistas as singularidades do cuidado às pessoas com problemas decorrentes do uso de drogas, a Redução de Danos (RD) surge como estratégia de trabalho e norte ético-técnico para ação dos trabalhadores de saúde mental. Essa racionalidade e modo de ação para o trabalho desenvolve uma série de intervenções que buscam acessar e vincular usuários de drogas a atividades que promovam a diminuição da vulnerabilidade associada ao consumo de drogas, a inserção em serviços de saúde, a garantia dos direitos humanos e cidadania e a reinserção social 9,10 .…”

“…Acredita-se que, se o ofício oferece boas condições de trabalho, este é desempenhado com prazer, provocando sentimentos de realização profissional e, na maioria das vezes, também realização pessoal 21 Ressalta-se que as trabalhadoras trouxeram em suas falas a RD direcionada apenas ao uso da substância. Porém, o Ministério da Saúde traz que estratégias de RD desenvolvem uma série de intervenções que visam acessar e vincular os usuários de drogas a atividades que promovam a diminuição da vulnerabilidade associada ao consumo de drogas, a sua inserção em serviços de saúde, e a garantia dos direitos humanos e da cidadania 7,10,13 . Todas as trabalhadoras da saúde devem aplicar estratégias de RD em suas atividades diárias de atendimento no CAPSad, praticando o acolhimento, promovendo a vinculação da pessoa aos serviços e orientando sobre os danos inerentes às situações de risco a que está sujeito, inclusive esclarecendo quanto ao uso e danos das drogas que utiliza 7,10,13 .…”

“…Porém, o Ministério da Saúde traz que estratégias de RD desenvolvem uma série de intervenções que visam acessar e vincular os usuários de drogas a atividades que promovam a diminuição da vulnerabilidade associada ao consumo de drogas, a sua inserção em serviços de saúde, e a garantia dos direitos humanos e da cidadania 7,10,13 . Todas as trabalhadoras da saúde devem aplicar estratégias de RD em suas atividades diárias de atendimento no CAPSad, praticando o acolhimento, promovendo a vinculação da pessoa aos serviços e orientando sobre os danos inerentes às situações de risco a que está sujeito, inclusive esclarecendo quanto ao uso e danos das drogas que utiliza 7,10,13 . O cuidado ao usuário de drogas sempre deve ter a pessoa como prioridade principal, sendo a droga apenas um elemento que interfere na relação dela com o mundo, porém jamais capaz de definir o sujeito.…”

Therapeutic relationship in nurses’ work process at Psychosocial Care Centers

“…Com seus avanços a partir de 1991, foram criados os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), pertencentes à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), implementada a partir de 2011, cujo princípio é a atenção integral ao paciente com olhar direcionado aos seus aspectos biopsicossociais, permitindo o desenvolvimento do novo modelo de atenção (1)(2) . Este possibilita, além do cuidado integral, a reinserção do paciente na sociedade e o fortalecimento de seus laços sociais (1,(3)(4)(5) .…”

“…Assim, por meio da práxis, caracterizada pela articulação do saber e fazer, que no contexto da enfermagem se materializa no PE, o enfermeiro pode apoiar-se no referencial da relação terapêutica, ferramenta que tem como objetivo identificar as singularidades e a participação ativa do paciente em seu plano de cuidado, permitindo assim o desenvolvimento de sua autonomia (6,(8)(9)(11)(12) . Contudo, a literatura aponta fatores que contribuem para a dificuldade de implementação da relação terapêutica na prática, sendo eles: aumento da demanda de trabalho, medo devido ao comportamento dos pacientes e resistência para atuar respeitando os princípios preconizados no novo modelo de atenção à saúde mental (5,(9)(10)(11)(12) .…”