Abstract:RESUMO A alta incidência da violência física contra a criança e o adolescente no Brasil aponta a necessidade urgente de elaboração de políticas públicas para enfrentar e prevenir esse problema. Objetivou-se estudar o perfil da violência física doméstica contra a criança e o adolescente no Brasil e regiões, no período de 2009 a 2019. Estudo descritivo, epidemiológico, baseado em dados secundários obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan-NET) e sistema TabWin. A maior taxa de violência f… Show more
“…13 No Brasil, diversos estudos analisaram as tendências temporais das notificações de violência contra crianças na idade até 9 anos, utilizando-se de dados do Sinan. [15][16][17][18][19][20][21][22] Algumas dessas publicações concentraram-se na análise de dados de anos isolados, em nível nacional; 15,16 ou em dados de UFs ou suas capitais, de forma isolada. 17,18,21 Encontra-se apenas um estudo sobre dados de notificação de violência física contra crianças, entre 2009 e 2019, 22 e outro de avaliação das tendências de notificações de violência sexual contra crianças segundo sexo e faixa etária, até 14 anos, no período de 2009 a 2018.…”
Section: Perspectivasunclassified
“…[15][16][17][18][19][20][21][22] Algumas dessas publicações concentraram-se na análise de dados de anos isolados, em nível nacional; 15,16 ou em dados de UFs ou suas capitais, de forma isolada. 17,18,21 Encontra-se apenas um estudo sobre dados de notificação de violência física contra crianças, entre 2009 e 2019, 22 e outro de avaliação das tendências de notificações de violência sexual contra crianças segundo sexo e faixa etária, até 14 anos, no período de 2009 a 2018. 19 Portanto, existe uma importante lacuna relativa, no entendimento da tendência temporal, nos âmbitos nacional e macrorregional, dos quatro tipos de violência -física, sexual, psicológica, e negligência -contra crianças até 9 anos.…”
Section: Perspectivasunclassified
“…15 Ainda, as regiões Nordeste e Sudeste obtiveram tendências crescentes de notificações na série temporal avaliada, novamente reforçando achados prévios. 15,16,22 Como explicações potenciais, o estabelecimento histórico da rede de notificação, 15 bem como a crescente concentração de estabelecimentos de saúde no Nordeste, Sudeste e Sul do país e, consequentemente, o mais amplo acesso e utilização dos serviços de saúde, poderiam ser apontadas. 29 Um estudo desenvolvido com dados de violência sexual do Sinan para o estado de Santa Catarina observou que 46,7% da variação no número de casos notificados de violência sexual foi explicada pelo número de centros de encaminhamento para casos de violência, entre 2009 e 2019.…”
Section: Artigo Originalunclassified
“…18 É observado, de forma consistente na literatura, que crianças do sexo feminino tendem a ser a maioria das vítimas de violência sexual, enquanto crianças do sexo masculino tendem a ser maioria em casos de violência física e negligência. 15,16,19,22 Esta característica das notificações parece estar fortemente relacionada com os estereótipos de gênero, que influenciam a vulnerabilidade, a experiência e a denúncia de violência contra meninos e meninas. 4,28 No entanto, o presente estudo observou que as vítimas do sexo feminino apresentaram as taxas iniciais e finais mais elevadas, não apenas para violência sexual e psicológica, mas também para violência física, sendo que crianças do sexo masculino obtiveram as taxas mais elevadas de notificação de negligência.…”
RESUMO Objetivo Descrever a tendência temporal das notificações de violência física, violência sexual, violência psicológica e negligência praticadas contra crianças no Brasil, entre 2011 e 2019. Métodos Estudo ecológico de série temporal, sobre notificações de violência contra crianças de 0 a 9 anos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Taxas de notificação ajustadas por idade foram calculadas para Brasil, macrorregiões nacionais e sexo. Analisou-se a tendência das taxas por regressão joinpoint. Resultados Foram analisadas 88.820 notificações de violência física, 87.141 de violência sexual, 52.359 de violência psicológica e 166.664 notificações de negligência. Identificouse tendência crescente de notificações de violência física, sexual, psicológica e negligência, para o Brasil e ambos os sexos. Negligência apresentou a maior taxa [95,24 notificações/100 mil crianças (2019)]. Nordeste e Sudeste apresentaram tendência crescente para todas as violências. Conclusão Notificações de violência física, sexual, psicológica e negligência contra crianças apresentaram tendência crescente no Brasil, no período.
“…13 No Brasil, diversos estudos analisaram as tendências temporais das notificações de violência contra crianças na idade até 9 anos, utilizando-se de dados do Sinan. [15][16][17][18][19][20][21][22] Algumas dessas publicações concentraram-se na análise de dados de anos isolados, em nível nacional; 15,16 ou em dados de UFs ou suas capitais, de forma isolada. 17,18,21 Encontra-se apenas um estudo sobre dados de notificação de violência física contra crianças, entre 2009 e 2019, 22 e outro de avaliação das tendências de notificações de violência sexual contra crianças segundo sexo e faixa etária, até 14 anos, no período de 2009 a 2018.…”
Section: Perspectivasunclassified
“…[15][16][17][18][19][20][21][22] Algumas dessas publicações concentraram-se na análise de dados de anos isolados, em nível nacional; 15,16 ou em dados de UFs ou suas capitais, de forma isolada. 17,18,21 Encontra-se apenas um estudo sobre dados de notificação de violência física contra crianças, entre 2009 e 2019, 22 e outro de avaliação das tendências de notificações de violência sexual contra crianças segundo sexo e faixa etária, até 14 anos, no período de 2009 a 2018. 19 Portanto, existe uma importante lacuna relativa, no entendimento da tendência temporal, nos âmbitos nacional e macrorregional, dos quatro tipos de violência -física, sexual, psicológica, e negligência -contra crianças até 9 anos.…”
Section: Perspectivasunclassified
“…15 Ainda, as regiões Nordeste e Sudeste obtiveram tendências crescentes de notificações na série temporal avaliada, novamente reforçando achados prévios. 15,16,22 Como explicações potenciais, o estabelecimento histórico da rede de notificação, 15 bem como a crescente concentração de estabelecimentos de saúde no Nordeste, Sudeste e Sul do país e, consequentemente, o mais amplo acesso e utilização dos serviços de saúde, poderiam ser apontadas. 29 Um estudo desenvolvido com dados de violência sexual do Sinan para o estado de Santa Catarina observou que 46,7% da variação no número de casos notificados de violência sexual foi explicada pelo número de centros de encaminhamento para casos de violência, entre 2009 e 2019.…”
Section: Artigo Originalunclassified
“…18 É observado, de forma consistente na literatura, que crianças do sexo feminino tendem a ser a maioria das vítimas de violência sexual, enquanto crianças do sexo masculino tendem a ser maioria em casos de violência física e negligência. 15,16,19,22 Esta característica das notificações parece estar fortemente relacionada com os estereótipos de gênero, que influenciam a vulnerabilidade, a experiência e a denúncia de violência contra meninos e meninas. 4,28 No entanto, o presente estudo observou que as vítimas do sexo feminino apresentaram as taxas iniciais e finais mais elevadas, não apenas para violência sexual e psicológica, mas também para violência física, sendo que crianças do sexo masculino obtiveram as taxas mais elevadas de notificação de negligência.…”
RESUMO Objetivo Descrever a tendência temporal das notificações de violência física, violência sexual, violência psicológica e negligência praticadas contra crianças no Brasil, entre 2011 e 2019. Métodos Estudo ecológico de série temporal, sobre notificações de violência contra crianças de 0 a 9 anos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Taxas de notificação ajustadas por idade foram calculadas para Brasil, macrorregiões nacionais e sexo. Analisou-se a tendência das taxas por regressão joinpoint. Resultados Foram analisadas 88.820 notificações de violência física, 87.141 de violência sexual, 52.359 de violência psicológica e 166.664 notificações de negligência. Identificouse tendência crescente de notificações de violência física, sexual, psicológica e negligência, para o Brasil e ambos os sexos. Negligência apresentou a maior taxa [95,24 notificações/100 mil crianças (2019)]. Nordeste e Sudeste apresentaram tendência crescente para todas as violências. Conclusão Notificações de violência física, sexual, psicológica e negligência contra crianças apresentaram tendência crescente no Brasil, no período.
“…A grande maioria das vítimas era adolescente e, pelo menos 1.070, crianças de até nove anos de idade (UNICEF, 2021). De 2009 a 2019 registrouse 118.499 notificações de violência física doméstica contra crianças e adolescentes (Riba;Zioni, 2022).…”
Violência contra a criança representa grave problema social e de saúde global. A legislação nacional prevê como dever da escola e de outros setores que integram a rede de proteção infantil, a adoção de ações articuladas e efetivas direcionadas a identificação e denúncia, bem como ao acolhimento e acompanhamento de casos suspeitos e confirmados de maus-tratos a esse grupo. Considerando esses aspectos, objetivou-se identificar se as temáticas “violência” e “violência contra a criança” são abordadas nos currículos dos cursos de graduação em Educação Física no Brasil. Para tanto, realizou-se pesquisa documental, de corte transversal e descritivo, em que foram analisadas matrizes curriculares e ementários de cursos de graduação em Educação Física, de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas, localizadas nos Estados brasileiros e Distrito Federal. Identificou-se, na plataforma e-MEC, 2363 (100%) cursos de Educação Física, em que 182 (7,7%) foram incluídos como amostra para essa pesquisa, sendo aqueles de grau licenciatura, gratuitos e com turmas em andamento. Desses, a maioria (169;92,9%) é ofertada na modalidade presencial e, ao total, estão autorizadas 14.172 vagas anuais. Ainda, a temática violência não está presente na maioria dos ementários das disciplinas. Conclui-se que há fragilidades na abordagem de conteúdos relacionados ao enfrentamento da violência infantil na formação dos professores de Educação Física. Os maus-tratos infantis configuram-se em problema de saúde pública real, presente em todas as classes e altamente influenciado por vulnerabilidades sociais. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de inclusão dessa temática na formação dos professores, de modo a instrumentalizá-los para a implementação de ações efetivamente capazes de prevenir e interromper o ciclo da violência contra a criança.
Objective To describe the temporal trend of notifications of physical, sexual and emotional violence and neglect against children in Brazil between 2011 and 2019. Methods This was an ecological time-series study based on notifications of violence against children aged 0-9 years held on the Brazilian Notifiable Health Conditions Information System. Age-adjusted notification rates were calculated for Brazil as a whole, by national macro-region and by sex. Trends were assessed using Joinpoint Regression. Results We analyzed 88,820 notifications of physical violence, 87,141 notifications of sexual violence, 52,359 notifications of emotional violence and 166,664 notifications of neglect. A rising trend was identified for notifications of physical, sexual and emotional violence and neglect for Brazil as a whole and for both sexes. Neglect accounted for the highest rate (95.24 notifications per 100,000 children in 2019). The Northeast and Southeast macro-regions had rising trends for all forms of violence. Conclusion Notifications of physical, sexual and emotional violence and neglect showed rising trends in Brazil in the period studied.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.