A história do cangaço, enraizada no sertão nordestino, revela uma narrativa complexa de resistência desde as insurgências do século XVII até o apogeu entre os anos 1900 e 1940. Surgido em meio a ciclos de seca, violência e conflitos territoriais, o cangaço reflete a mistura de rebeliões, resistência da população nativa e miscigenação étnica. Lampião, destacando-se como figura central, não apenas se rebelou, mas moldou sua vida como uma obra de arte, transmitindo resistência por meio de suas vestimentas distintivas. Este estudo explora o aspecto histórico do cangaço e a riqueza cultural da indumentária, revelando-a como expressão codificada de identidade, poder e resistência. A vestimenta feminina, equilibrando funcionalidade e estilo, e a dança do xaxado, originada no bando de Lampião, é abordada como elemento cultural rico em significados. A importância da indumentária transcende a mera estética, conectando-se à identidade, à tradição e aos valores sociais. Além disso, a dança popular, ao utilizar elementos visuais oriundos do movimento cangaceiro, contribui para a identificação cultural, perpetuando a herança desafiadora dos agentes políticos, das primeiras quatro décadas do século XX, nas performances dos grupos contemporâneos.