RESUMO:Neste artigo, estudamos as características que o filósofo espanhol Ortega y Gasset atribuiu à vida. Mostramos que o essencial de sua meditação girou em torno do assunto. No entanto, o tema ganhou densidade metafísica somente no final dos anos 1920, quando suas considerações foram inseridas na tradição filosófica do ocidente. Foi quando ele apontou a insuficiência do realismo e do idealismo na abordagem do fundamento pretendido pela Filosofia e apresentou a filosofia da razão vital como um passo adiante das duas grandes perspectivas filosóficas que marcaram a história da metafísica.
PALAVRAS-CHAVE:Vida. Metafísica. Características. Realidade. Circunstância.
I. COnSIDERAçõES InICIAIS1. A Metafísica é disciplina filosófica, que a tradição reconhece como a mais importante, autônoma e fundamental, entre elas. O seu propósito é apontar o fundamento geral que sustenta o homem em meio à sua experiência do mundo e dos riscos de viver. Nesse sentido, a Metafísica espera propor verdades suficientes, isto é, que não dependam de outras para se sustentar e, ao contrário, porque se referem à totalidade do saber possível, sirva às outras verdades de suporte ou fundamento. Esse conceito remonta a Aristóteles, que, no livro de Metafísica, a define como a ciência das primeiras causas e princípios fundamentais. O mundo moderno concebeu uma outra visão de Metafísica, entendida como Gnoseologia. Sua expressão amadurecida foi obra de Emmanuel Kant, mas sua origem pode ser antevista no projeto de Francis Bacon, o qual esperava criar uma nova ciência universal que fosse a base de todas as outras.