O Caso de uma Matemática que Fala do Corpo que se Olha. Ou, o Corpo que se Olha com a Arte e Fala de Matemática

Abstract

Este artigo trata-se de um exercício de pensamento sobre aquilo que nos constitui, uma postura filosófica e crítica do que somos. Problematiza-se, pois, a existência objetiva e material de certas regras que a matemática nos impele a obedecer e a seguir quando participamos de um discurso. Para tanto, movimentam-se certos modos de olhar e representar o corpo humano, ao se discutir acerca de uma prática discursiva em que a matemática aparece como conteúdo, como matéria de estudo, como saber, como linguagem, como pensamento, mas também, como uma estética que nos relaciona com o mundo. Compreende-se que a matemática, esteticamente, também exerce relações de saber e poder em nossa formação, nos subjetivando e nos capturando, reverberando, ao que parece, em uma estética de pensamento sobre o mundo e em sala de aula, em que o saber matemático se coloca como meio de falar das coisas e sobre elas.

Geometry in Art? Scenes of a Colonisation of the Look and the Thinking in Mathematics Education

“…Ou, o corpo que se olha com a arte e fala de matemática [The case of a mathematics that speaks of the body that is being looked at. Or, the body that is being looked at with art and talks of mathematics (Kerscher-Franco & Flores, 2022). Yet, one can look at the relationship of mathematics with art and the human body in the works of Machado and Flores (2013) and Flores (2015).…”

“…geometry is managed for the functioning of a given discourse, being also an agent of an aesthetic of modes of representation (Kerscher-Franco & Flores, 2022).…”

“…There is, therefore, a geometry that captures us, in other words, a mathematical aesthetic of the gaze that designates and holds us in a model of thought, i.e., that linked to geometry for the representation of a body that is measured and proportional (Kerscher & Flores, 2020a;Kerscher-Franco & Flores, 2022;Machado & Flores, 2013;Flores, 2015).…”

“…(Kerscher & Flores, 2020b, p. 9) Thus, from this fictional reality, discourses about (dis)proportionality, (as)symmetry, squaring, framing, shapes, order, harmonisation, organisation, dimensionality, etc., about the world are also on the scene. So, those relationships are in the ways we express and represent ourselves, talk about things, the world and ourselves, which we understand as an aesthetic of thought (Kerscher-Franco & Flores, 2022) and which sets in motion, and exercises, the colonial matrix of power in mathematics education.…”