Este estudo pretende analisar o discurso de trabalhadores de saúde mental sobre a implantação dos serviços substitutivos no território. Objetiva-se apontar, no discurso, contradições e potencialidades da proposta, de modo a poder-se avançar nas discussões sobre o processo de consolidação da reforma psiquiátrica brasileira. O corpus deste trabalho constitui-se de entrevistas aplicadas a 17 dos 25 profissionais de saúde mental que trabalham em um serviço substitutivo de uma cidade da Região Sul do Brasil. O dispositivo metodológico que subsidiou a sistematização dos dados foi o "diagrama axiológico-discursivo", construído a partir dos pressupostos teóricos da Análise Crítica do Discurso. Os resultados mostram que os trabalhadores parecem tentar evitar o fechamento do serviço sobre si mesmo, apesar dos movimentos contrários que reforçam a tendência ao isolamento, ao encolhimento e ao esvaziamento do território. Esperamos que este estudo possa ajudar na problematização do movimento de reforma psiquiátrica no contexto brasileiro.