Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte. Pv. 14:12 O ímpio, com a boca, destrói o próximo, mas os justos são libertados pelo conhecimento. Pv. 11:9 RESUMO Esta tese é um estudo sobre o pensamento político conservador entre os parlamentares da bancada evangélica eleitos para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) de 1987-1988. A caracterização deste pensamento político se deu, em especial, com o auxílio de um software de análise qualitativa de documentos, por meio do qual investigamos 270 atas de sessões da ANC e 613 atas de reuniões das Comissões e Subcomissões Temáticas, nos quais identificamos 7.072 registros de pronunciamentos dos 32 parlamentares evangélicos eleitos para aquela legislatura. O primeiro capítulo detalha a ascensão política dos evangélicos à ANC, demonstrando como sua ampliada presença no parlamento federal refletia uma mudança das ideias defendidas pelas lideranças das igrejas evangélicas em relação à participação política dos crentes -agora vista como importante para assegurar a realização do bom governo e submetê-lo à autoridade divina. Nos capítulos dois, três e quatro, vemos como os pronunciamentos dos deputados evangélicos refletem um pensamento político marcado por três aspectos que nos permitem caracterizá-lo como conservador: o entendimento do cristianismo como eixo constitutivo da formação da nacionalidade brasileira; a associação entre liberdade de empreendimento e liberdade de crença e iniciativa religiosa; a definição da família como celula mater da sociedade, e da moral como elemento norteador da vida social e da nação. O quinto capítulo analisa o pensamento político dos "dissidentes", parlamentares evangélicos de ideias progressistas que se distanciaram da bancada evangélica e confrontaram diretamente suas ideias.