O acesso e o fazer da reabilitação na Atenção Primária à Saúde

Abstract

RESUMO Para a adequada oferta de serviços de reabilitação no Brasil é preciso conhecer a disponibilidade de acesso existente na Rede Assistencial de Saúde (RAS) e desenvolver práticas que atendam às necessidades de saúde. Buscou-se estimar a tendência da distribuição de recursos humanos de reabilitação na RAS 2007-2015, especificamente na Atenção Primária à Saúde (APS) e conhecer a prática de Clínica Ampliada (CA), Projeto Terapêutico Singular (PTS) e Apoio Matricial (AM) para fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Buscou-se profissionais na Rede Assistencial pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A tendência mensal foi construída por modelos de regressão linear Prais-Winsten. Para conhecer as práticas de CA, PTS e AM, construiu-se discursos do sujeito coletivo a partir de entrevistas de 12 profissionais. Média complexidade teve a maior concentração de profissionais, exceto em hospitais na cidade de São Paulo. A APS, por sua vez, teve a menor possibilidade de acesso. Mesmo tímido, houve crescimento dos três profissionais na assistência, com ênfase para os fisioterapeutas em hospital de São Paulo, em relação ao estado (0,73%) e cidade (0,95%). Na APS, o crescimento maior foi do terapeuta ocupacional em São Paulo-cidade e do fisioterapeuta no Brasil. Para AM, CA e PTS, além da dificuldade do fazer, destacaram-se, respectivamente, ideias de “pluralidade de concepções”, “visão biopsicossocial” e “possibilidade de adaptação” do cuidado. Embora crescente, a disponibilidade de profissionais é baixa e desigual, concentrada na especialidade e enfatizando ampliação de fisioterapeutas no hospital e terapeutas ocupacionais na APS.

Em busca de atenção em rede: contribuições de um programa de residência multiprofissional no âmbito hospitalar

“…Also, the patients of the West Zone of the city São Paulo can show difficulties of access to health and rehabilitation services due to the lack of rehabilitation services in the region SOUTO, 2013;RODES et al, 2017), compromising the care network (BRASIL, 2012a;VAN STRALEN et al, 2008).…”

“…In the Speech Therapy and Occupational Therapy areas, university services were the ones having most of the patients, while the Physiotherapy care was more frequently provided by the Basic Health Units. This reality corresponds to the differences in the number of professionals hired in in the area of Occupational Therapy (RODES et al, 2017).…”

“…However, there are shortcomings between the hospital and the basic care due to factors such as fragmentation of care, especially in the hospital setting, focused on the specialty (PEREIRA et al, 2014) and insufficient rehabilitation services SOUTO, 2013;RODES et al, 2017), compromising the care network (BRASIL, 2012a;VAN STRALEN et al, 2008).…”

Fisioterapia na atenção básica sob a ótica da residência multiprofissional em saúde da família

“…No SUS, as redes de cuidados em saúde funcional são recentes, e muitos profissionais graduados na lógica do modelo biomédico tiveram suas vivências práticas e teóricas vinculadas aos serviços especializados (RODES et al, 2017). Entretanto, diante dos cenários da Atenção Primária em Saúde com foco na promoção e prevenção, outras estratégias necessitam ser implementadas nos serviços voltados para a população com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e, de forma específica, àquela com repercussões osteomusculares.…”

O acesso às órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção no Sistema Único de Saúde de uma microrregião de saúde do município de São Paulo

“…" [...] Apesar destes relatos apontarem o papel fundamental de um profissional capacitado ao processo da indicação à manutenção de OPM no acesso a estes dispositivos, estudos apontam a relação de menos de 0,1 fisioterapeuta e terapeuta ocupacional por mil habitantes no Brasil, no Estado de São Paulo e na cidade de São Paulo e que menos da metade dos municípios brasileiros possuem fisioterapeutas cadastrados na atenção básica (Rodes et al, 2017;Tavares et al, 2018). A escassez destes profissionais pode ser um fator limitante no acesso às OPM.…”