O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico, de maior prevalência no sexo masculino, caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos e restritos. As principais manifestações clínicas são: déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos e na presença de padrões restritivos e repetitivos de comportamento que causam prejuízos significativos no âmbito social e profissional. As evidências científicas comprovam que o diagnóstico precoce do TEA promove melhores prognósticos clínicos relacionados a intervenções clínicas e sociais de estimulação da neuroplasticidade neuronal das crianças diagnosticadas com TEA. Para isso, é essencial que o rastreamento pela Lista Modificada de Verificação do Autismo em Crianças (M-CHAT-R) seja um instrumento de rastreio amplamente utilizado no Sistema Público e Privado de Saúde em todo o território brasileiro. Muito além da sua aplicação, os profissionais de saúde necessitam de educação e instrução adequada para perceber os sinais de anormalidade das crianças sugestivos ao TEA, principalmente, os atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor na faixa etária de 18 a 30 meses. O atendimento em saúde na Atenção Primária é essencial tanto no rastreamento, quanto no seguimento do tratamento após diagnóstico. Isso porque o vínculo terapêutico estabelecido entre equipe multiprofissional, família e paciente auxilia na melhora no quadro clínico, mas também dá suporte à família e à comunidade, na qual o indivíduo com TEA está inserido, de forma a garantir a sua emancipação social e econômica.