\"Novos modos de vida, novos espaços de morar. Paris, São Paulo, Tokyo. Uma reflexão sobre a habitação contemporânea\".

Abstract

26.-de famiiiares, empregados e aprendizes sob a tutela de um pai-patrão proprietário dos meios de produção, todos morando na casa onde se sobrepõem, em muitos casos, em um único grande cómodo, habitação, tocai de trabalho e espaço aberto ao público.Ao retraçar e comentar, muito resumidamente, aspectos da história da habitação e dos modos de vida correspondentes a este período, privilegiamos os casos francês, brasileiro e japonês, que nos interessam de maneira especial. As grandes etapas de cada um são» em tinhas gerais, semelhantes, apesar de terem duração e ocorrerem em momentos, às vezes, bastante distintos. Por exemplo, o grupo familiar extenso, típico da Idade Média, que, no final do século 19, já havia sido substituído, na burguesia parisiense, pela família nuclear, sobreviveu no japão, na forma do àozoku, até o término da Segunda Guerra Mundiat. O que toma a história da família nuclear e da habitação oddentalizada, naquele país, eKtremamente recente. No Brasil, cujo início da história oficial coincide com as décadas finais da Idade Média europeia, a família extensa, responsável pela colonização das áreas rurais, viveu de forma autárquica até ser atraída pêlos pólos industriais, alguns séculos mais tarde, por razões de trabalho, onde também acabou por nuclearizar-se. De qualquer modo, o que se quer sublinhar é uma clara tendência convergente das maneiras de morar nestas áreas, a partir da chegada dos efeitos da Revo!ução Industrial inglesa. "A casa medieval", lembra o professor Witold Rybczynski, da Pennsylvanis UnÍversity, "era um iugar público e não privado."1 Contrariamente, a casa da sociedade industrial deixou de abrigar o espaço de trabalho, e passou a ser habitada por pessoas ligadas umas às outras por laços de consançjüinidade muito estreitos. O espaço fabril, território masculino por excelência e aberto ao público, diferencia-se do espaço doméstico, feminino e privado por oposição, dividido em cómodos que se organizam em zonas, a exemplo da habitação burguesa.O que vai acontecer na moradia, no momento em que a informatização passar a dirigir, de maneira definitiva, a economia, e que, segundo o professor Peter HaSI, da 1901HaSI, da -1910. Os dados para a Alemanha no mesmo período são de 26,8/mil e 18,7/mil, respectivamente.

Entorno Urbano Imediato

“…De acordo com Mumford (1998), este período tornou-se uma oportunidade para explorar o campo habitacional regulamentassem a construção de vilas operárias para aluguéis particulares e o funcionamento de densas aglomerações em espaços urbanos com ocupações maximizadas. Nesse contexto, a crescente implantação de vilas operárias em regiões fabris na Europa, no século XIX, foi marcada por tipologias de habitações geminadas e casas isoladas (TRAMONTANO, 1998). Essas tipologias consolidaram-se por parte da iniciativa privada, visto que era comum alugar terrenos por longos anos (10, 20, 50 ou 90 anos), não havendo maior necessidade de investir tanto em aspectos construtivos quanto em edifícios duradouros.…”

Proposição de um modelo de avaliação da privacidade habitacional: da construção do instrumental à aplicação em estudo exploratório

“…O processo de espacialização dos cômodos domésticos brasileiros, "com sua divisão compartimentada, privilegiando espaços funcionais e estanques" (REQUENA, 2007, p. 20) remete ao apartamento burguês parisiense do século XIX, expresso pelo modelo tripartido de habitação. Exportado para todo o ocidente enquanto padrão de organização espacial da habitação (TRAMONTANO, 1998), com referências palladianas 15 claras de setorização das atividades e acesso único centralizado no corpo do edifício e com bases na especialização de 15 Com produção entre 1537 e 1580, Andrea Palladio concebeu diferentes projetos habitacionais, denominados villas. As villas palladianas são propriedades fundiárias da qual fazem parte pelo menos uma residência (chamada casa di villa), localizadas fora dos limites da cidade, projetadas para prazer e descanso do seu proprietário.…”

“…Esse conjunto de fatores alteraram as percepções de individualismo no interior das famílias (MUNIZ, 2002). Para Tramontano (1998), nesse período, ocorreu a "afirmação do individualismo no conjunto da sociedade. De secundária, e, às vezes, até clandestina, a vida privada dos indivíduos dentro do núcleo familiar passou a ser reconhecida e respeitada" (TRAMONTANO, 1998, p. 211).…”

Definição de estratégias de conforto termo-luminoso para aplicação em etapa inicial do processo de projeto de microapartamentos

“…O aumento significativo da produção dos edifícios residenciais consolida à preferência por uma maneira de morar nas alturas e a influência do mercado imobiliário na legislação. Villa, 2008Figura 2.2 | Edifício Copan, São Paulo, Oscar Niemeyer, 1952.| Fonte: Acervo Copan, 2018 economicamente viável aos consumidores e lucrativa aos incorporadores, popularizou-se, abrangendo todas as camadas sociais (TRAMONTANO, 1998). Durante os anos 1970, São Paulo passou por várias metamorfoses que a definiria como a megalópole atual, consagrando à habitação verticalizada como a principal tipologia de moradia ofertada pelo mercado.…”

“…Há uma alarmante defasagem entre as modificações da sociedade e a capacidade da habitação de acompanha-las, o que acaba por reproduzir modelos ultrapassados de moradia. Quando se começou a projetar habitações com espaços reduzidos, pensava-se em famílias básicas de 4 ou 5 pessoas, hoje em dia o mínimo é pensado para um único indivíduo (TRAMONTANO, 1998). Portanto o mínimo é relativo, e fruto da diversidade cultural, social, econômica, das exigências biológicas, psicológicas, dentre outros.…”