Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me concedido a capacidade e perseverança necessárias para a conclusão desse trabalho.Muito grato a minha família, amigos e colegas de laboratório pela companhia durante todo o percurso trilhado. Uma menção especial ao meu orientador, Dr. Roberto Martins de Souza, pelo direcionamento e instrução, além da notória presteza e paciência frente aos percalços.Por fim, agradeço a FAPESP pelo suporte e apoio financeiro (processo nº 2017/19147-2, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo -FAPESP) para o desenvolvimento dessa tese de doutorado.
ResumoApesar da extensa pesquisa em métodos alternativos, espera-se que o motor de combustão interna (MCI) permaneça como a principal fonte de propulsão veicular nas próximas décadas. Soluções de maior eficiência são a principal força motriz para o futuro dos MCI, tais como o uso de combustíveis renováveis, downsizing, óleos de motor de baixa viscosidade e pacotes de aditivos mais modernos. O óleo do motor é uma substância complexa, sendo composto por óleo base e aditivos diversos. Os compostos orgânicos à base de molibdênio, como o dialquilditiocarbamato de molibdênio (MoDTC), são largamente utilizados como aditivos do tipo modificadores de atrito (FM)destinados a redução de atrito -, enquanto o dialquilditiofosfasto de zinco (ZDDP) é o aditivo antidesgaste (AW) mais comum na atualidade. Neste cenário, a expansão do uso do etanol como combustível gerou muitos questionamentos sobre o seu impacto na funcionalidade dos aditivos. Em geral, devido ao alto calor latente de evaporação do etanol, a contaminação do lubrificante por este pode ser significativa, o que pode afetar as etapas de ativação e formação dos tribofilmes derivados dos aditivos em questão. Como consequência, perda de eficiência, consumo excessivo de combustível, maiores emissões de poluentes e desgaste prematuro podem ser induzidos aos MCI. Portanto, este trabalho possui o objetivo de investigar as propriedades mecânicas dos tribofilmes formados a partir de ZDDP e MoDTC, considerando a influência do etanol anidro combustível (EAC) diluído ao óleo. Para tanto, ensaios tribológicos foram conduzidos em um tribômetro SRV-4 (Optimol Instruments), na configuração tribológica de fita contra placa, em movimento alternado e lubrificado. Três óleos lubrificantes foram testados: (i) PM (PAO 8 + 0,06 wt.% MoDTC), (ii) PMZ (PAO 8 + 0,06 wt.% MoDTC + 1% wt.% ZDDP) e (iii) FF (SAE 0W-20 completamente formulado), nas condições de novo e contaminado com 10 wt.% de EAC. Os resultados foram avaliados em termos do atrito, desgaste e tribofilmes formados. As tribocamadas foram identificadas por microscopia eletrônica de varredura com Espectroscopia de Dispersão de Raios-X (MEV-EDS) e Espectroscopia Raman e, posteriormente, caracterizadas por Microscopia de Força Atômica (AFM) e Nanoindentação Instrumentada. O óleo FF resultou nos valores mais baixos de coeficiente de atrito (µ ~ 0,08), apresentando a mesma faixa de valores para as condições com e sem contaminação de EAC. O óleo PM obteve ...