“…Apesar das recomendações do grupo de trabalho da IADPSG, suportadas pelos resultados do estudo HAPO, continua a não existir consenso internacional sobre o rastreio e diagnóstico da DG. Reconhecendo tratar-se de um grande ensaio prospetivo multicêntrico, foram apontadas algumas questões às orientações clínicas derivadas deste estudo: 1) trata-se de um estudo observacional, não tendo sido investigado o benefício em tratar hiperglicémias moderadas; 17 2) a associação entre os resultados adversos e a glicémia materna é linear, pelo que qualquer valor limite utilizado para o diagnóstico de DG é arbitrário, tendo este sido definido por um grupo de peritos como o correspondente a um risco 1,75 vezes superior de resultados perinatais adversos 36,37 ; 3) a glicémia e o IMC maternos contribuíram ambos para o risco de RN GIG, mas com um maior impacto do IMC em todas as categorias de glicémia, com exceção da categoria mais alta. 30 Existem atualmente dois ensaios clínicos randomizados em curso 38,39 que pretendem comparar os outcomes obstétricos obtidos após o diagnóstico de DG através da abordagem a um passo (conforme proposto pela IADPSG) ou a dois passos.…”